Internet móvel aumenta 21% em 2025 e consumo dos brasileiros despenca
A internet móvel no Brasil ficou 21,47% mais cara nos primeiros meses de 2025, conforme dados divulgados pela Anatel em julho, refletindo diretamente no comportamento dos brasileiros: o consumo de dados móveis caiu 9,3% em comparação ao ano anterior. O valor médio por gigabyte subiu de R$ 5,05 (2024) para R$ 6,13 (2025), marcando o maior reajuste desde 2023 e evidenciando o peso das tarifas no dia a dia digital. O impacto é imediato, especialmente em um cenário de crescente dependência da conectividade móvel para trabalho, estudos e lazer.
Tabela de conteúdos
Entenda os dados recentes do aumento da internet móvel
Segundo o Panorama Econômico-Financeiro do setor de telecomunicações, o preço médio por gigabyte cresceu para R$ 6,13 no início de 2025 — uma alta de R$ 1,08 frente a 2024. O principal aumento foi registrado em regiões economicamente mais desenvolvidas e alinhadas com grande densidade populacional, agravando a desigualdade digital. O consumo de dados móveis despencou para patamares inferiores ao esperado, sinalizando que muitos brasileiros precisaram rever hábitos digitais diante do aumento nas contas de telefonia.
Diferenças regionais no preço da conectividade
A Anatel identificou diferenças marcantes entre estados brasileiros. O Rio Grande do Sul registrou o valor mais alto, com R$ 8,41/GB. Em contrapartida, a Paraíba oferece o valor mais baixo do país, R$ 4,35/GB — metade do que se paga no Sul. Outros estados com valores elevados incluem Espírito Santo (R$ 6,76/GB), Minas Gerais (R$ 6,70/GB), Paraná (R$ 6,58/GB), São Paulo (R$ 6,51/GB) e Santa Catarina (R$ 6,50/GB).
Consumo de dados varia segundo região
O volume médio consumido por usuário também revela disparidades significativas. O Distrito Federal lidera, com 8,43 GB mensais por pessoa. Seguidores do ranking incluem Rio de Janeiro (6,90 GB), Amazonas (6,27 GB), São Paulo (6,20 GB), Paraná e Paraíba (ambos com 5,58 GB). Apesar do aumento de preços, regiões de maior consumo mantêm padrões elevados, possivelmente influenciados pela renda média, digitalização regional e prioridades sociais.
Impactos no cotidiano: desigualdade digital e adaptação dos usuários
O avanço das tarifas preocupa especialistas do setor, indicando obstáculos às metas federais de inclusão digital. Com o acesso mais caro e a consequente redução de consumo, formam-se novos desafios para acesso à educação remota, telemedicina e oportunidades de trabalho remoto, ampliando o fosso digital entre regiões e faixas de renda. Serviços essenciais dependem de uma conectividade acessível — crescimento do preço ameaça a participação de milhões de brasileiros no mundo digital.
“O aumento é expressivo e acende um sinal de alerta para políticas públicas mais eficazes de inclusão digital”, destaca a analista de telecomunicações Mariana Nunes.
Mariana Nunes, analista de telecomunicações
Por que os preços subiram? Infraestrutura e inflação são fatores críticos
A Anatel indica que parte do reajuste está relacionada ao crescimento dos investimentos em infraestrutura (especialmente a expansão das redes 5G) e à pressão inflacionária sobre o setor. Apesar do relatório não detalhar todos os pontos, especialistas apontam que custos operacionais, despesas com tecnologia e atualizações constantes tornam inevitável a elevação das tarifas. Isso acaba por repassar ao consumidor final parte da carga desses investimentos.
Possíveis caminhos: o que esperar da internet móvel no Brasil?
O relatório da Anatel alimenta o debate sobre o futuro da conectividade no país. A busca por tarifas mais justas, ampliação do acesso e políticas públicas focadas em inclusão digital são pontos críticos para o período pós-2025. É possível que novas regulações e incentivos a pequenos provedores ajudem a equilibrar o mercado. O cenário exige atenção do governo, sociedade civil e empresas para evitar que o acesso à internet se torne um privilégio restrito.
- Aumento de 21,47% nos preços da internet móvel em 2025
- Consumo caiu 9,3% em relação a 2024
- Rio Grande do Sul lidera preços altos; Paraíba, os baixos
- Expansão do 5G e inflação como fatores-chave do reajuste
- Desafios crescentes para a inclusão digital no Brasil
Considerações finais
O panorama apresentado destaca a necessidade de atenção para desigualdades regionais no acesso à internet móvel e para a construção de políticas públicas inclusivas. O aumento expressivo dos preços e a queda no consumo reforçam a importância de debater e desenvolver soluções que garantam acesso democrático e equitativo para todos os brasileiros nos próximos anos.
Por que o preço da internet móvel subiu em 2025?
A alta de 21% está associada a maiores investimentos em infraestrutura, especialmente no 5G, e à inflação do setor de telecomunicações. Especialistas reforçam que custos operacionais elevados e atualização tecnológica contribuem para o aumento, segundo relatório da Anatel.
Quais estados têm a internet móvel mais cara em 2025?
O Rio Grande do Sul lidera com preço médio de R$ 8,41 por GB, seguido por Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Santa Catarina, todos com valores acima da média nacional. Os dados são da Anatel para o primeiro trimestre de 2025.
Como a alta dos preços afeta o consumo de internet móvel?
O reajuste levou a uma redução de 9,3% no consumo de dados pelos brasileiros. Muitos usuários precisaram reavaliar hábitos digitais para reduzir despesas, impactando especialmente quem mais depende da conectividade para trabalho, estudo ou lazer.
Há estratégias para driblar os altos preços da internet móvel?
Entre as sugestões estão o uso de Wi-Fi público seguro, revisão de planos contratados, monitoramento do consumo de dados e economia em streaming, download offline e apps que consomem menos banda. Acompanhar ofertas das operadoras também pode ajudar.