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Tesla encerra projeto Dojo: Musk diz ser ‘beco sem saída evolutivo’

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Tesla confirmou, no último domingo (11/08/2025), o encerramento definitivo do projeto Dojo, supercomputador de treinamento de inteligência artificial (IA) anunciado como pilar da estratégia de Elon Musk para carros autônomos e robótica. Em comunicado na rede social X, Musk classificou o Dojo 2 como “um beco sem saída evolutivo”, determinando a paralisação do desenvolvimento e a realocação da equipe responsável. A decisão representa uma mudança significativa de rumo na divisão de IA da montadora, marca o abandono do chip D2 e põe em foco as novas arquiteturas AI5 e AI6, produzidas por TSMC e Samsung, como centrais na busca por avanços em direção à autonomia veicular total.

Motivos por trás do encerramento do Dojo

Segundo Elon Musk, a decisão foi tomada após constatar que “todos os caminhos convergiam para o AI6”. O Dojo 2, planejado para operar com o inédito D2 chip, foi considerado obsoleto diante do avanço dos chips AI5 e AI6. Em suas palavras: “Não fazia sentido para a Tesla dividir recursos e escalar dois designs de chips de IA bastante diferentes.” O AI5 é focado em alimentar o sistema de direção autônoma (FSD), enquanto o AI6 tem aplicação tanto em inferência veicular quanto em robôs humanóides e treinamento de larga escala. O realinhamento ocorre meses após Musk ter anunciado a produção em escala do Dojo 2 para 2026 e já alinhavado contratos bilionários com a TSMC e Samsung.

Impacto para a Tesla e o futuro dos chips de IA

O fim do Dojo sinaliza a concentração de esforços da Tesla em soluções de IA mais promissoras, baseadas em designs unificados de chip. Musk detalhou que futuras “superclusters” de IA serão formadas por placas contendo muitos chips do tipo AI5/AI6, simplificando cabos e reduzindo custos, com capacidade tanto para inferência quanto para treinamento. A mudança ocorre enquanto a companhia enfrenta queda nas vendas de veículos elétricos e busca convencer investidores sobre a viabilidade futura do segmento robótico e autônomo. Não há, até o momento, confirmação oficial sobre o destino da instalação de US$ 500 milhões construída para o Dojo em Buffalo, Nova York.

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Repercussões internas e estratégicas

Elon Musk caracterizou o encerramento do Dojo como parte de “escolhas duras de pessoal”, o que indica potenciais demissões e reposicionamentos na estrutura da Tesla voltada para IA. O realinhamento evidencia a busca por maior eficiência e convergência tecnológica, evitando a fragmentação em múltiplas linhas de desenvolvimento de chips. Analistas de mercado veem a decisão como resposta não só a avanços tecnológicos, mas também a pressões de desempenho diante do cenário desafiador da Tesla em 2025, após incidentes envolvendo robotaxis e impactos reputacionais ligados ao próprio Musk.

Entenda o que era o Tesla Dojo

Lançado em 2019 com promessas de revolucionar o treinamento de IA, o supercomputador Dojo chegou a ser apontado por Elon Musk como base para direção autônoma avançada e robôs humanóides. O Dojo 1 entrou em operação alimentado por GPUs Nvidia e os chips proprietários D1. Em paralelo, o desenvolvimento do Dojo 2, com o D2 chip, consumiu recursos e investimentos robustos. Nos últimos meses, Musk passou a mencionar o projeto Cortex — uma “supercluster” de IA —, enquanto o entusiasmo pelo Dojo arrefecia. Desde agosto de 2024, as menções ao Dojo rarearam, indicando já uma possível mudança de estratégia.

O que muda para carros autônomos e robótica

O encerramento da linha Dojo não coloca fim à aposta da Tesla em autonomia e robótica. Os projetos de robotaxi e de robôs humanóides permanecem com foco nos chips AI5 e AI6, de arquitetura mais avançada e alto potencial de integração. O próprio Musk garantiu que os próximos processadores serão “excelentes para inferência e ao menos razoáveis para treinamento”. A integração dos recursos em clusters de IA promete agilizar a evolução do FSD e das aplicações futuras nos veículos e na linha de robôs, usando placas compostas por diversos chips, reduzindo a complexidade de rede e custos operacionais.

E os investimentos em infraestrutura?

Uma questão relevante está no destino da unidade de Buffalo, Nova York, onde a Tesla investiu cerca de US$ 500 milhões para fabricar e operar o projeto Dojo. Até o momento, não há esclarecimento sobre como a estrutura será reaproveitada com o fim do projeto. Fontes ligadas à Tesla não confirmaram planos sobre possível retorno financeiro ou reutilização das instalações para outras linhas de desenvolvimento de IA ou produção de chips proprietários nas novas gerações AI5/AI6.

Contexto: Mudanças, desafio reputacional e futuro da Tesla

O anúncio do encerramento do Dojo ocorre enquanto a Tesla busca proteger sua relevância em segmentos de alta competição, sofrendo pressão financeira e de mercado. As vendas de EVs apresentam tendência de queda, ao passo que o lançamento do robotaxi em Austin, em junho, resultou em diversas reclamações relativas ao comportamento inseguro dos veículos autônomos. Paralelamente, o envolvimento político de Musk trouxe complicações reputacionais ao conglomerado. Analistas avaliam que o sucesso futuro da Tesla dependerá do desempenho das novas linhas de chips e da capacidade de reverter a maré tanto comercialmente quanto em credibilidade tecnológica.

Perguntas Frequentes sobre Encerramento do projeto Dojo

  1. Por que a Tesla encerrou o projeto Dojo?

    O encerramento do Dojo ocorreu porque, de acordo com Elon Musk, todos os caminhos tecnológicos na Tesla convergiam para o novo chip AI6. Isso tornou o desenvolvimento da arquitetura anterior (Dojo 2/D2 chip) um ‘beco sem saída evolutivo’. O foco estratégico e financeiro foi direcionado aos chips AI5 e AI6, considerados mais promissores para aplicações de IA, direção autônoma e robótica tanto em capacidade de inferência quanto de treinamento.

  2. Quais tecnologias vão substituir o Dojo?

    O futuro da IA na Tesla passa agora pelos chips AI5 e especialmente AI6, desenhados em parceria com TSMC e Samsung. Eles prometem maior capacidade de processamento e integração para veículos autônomos e robôs humanóides. Os novos superclusters serão compostos de placas concentrando esses chips para reduzir a complexidade e custos.

  3. O encerramento do Dojo afeta o projeto robotaxi?

    A Tesla afirmou que o foco no AI5 e AI6 amplia o potencial do projeto robotaxi, mas o lançamento inicial, com incidentes relatados em Austin, evidencia desafios de maturidade tecnológica e de aceitação do público. O projeto robotaxi segue, mas já adaptado à nova arquitetura de chips.

  4. O que acontecerá com a fábrica de Buffalo dedicada ao Dojo?

    Até o momento, não há informações oficiais sobre o futuro da fábrica de Buffalo, Nova York, construída para o Dojo e que recebeu investimento de US$ 500 milhões. A reutilização da estrutura para outros projetos de IA ou manufatura de chips está sob análise, segundo fontes do setor.

  5. A Tesla vai abandonar projetos de IA e robótica?

    Pelo contrário, as linhas de IA e robótica da Tesla seguem como prioridade. O fim do Dojo representa uma mudança de arquitetura, não o abandono da ambição em direção autônoma e robôs avançados. O foco passa a ser o desenvolvimento e integração dos novos chips AI5 e AI6 nas plataformas de veículos e robôs.

Considerações finais

O encerramento do Tesla Dojo marca tanto o fim de uma era quanto o início de uma reestruturação crítica para o futuro da empresa. Fica o desafio da reinvenção técnica e comercial, e a promessa de uma nova geração de tecnologias IA, chips mais avançados e soluções focadas em eficiência e competitividade global. O tempo dirá se a aposta nos chips AI6 e infraestrutura enxuta dará os resultados almejados para manter a Tesla na liderança do setor de automação e mobilidade inteligente.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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