Microsoft desvincula Teams do Office após acordo da UE
Microsoft separará o Teams do Office na União Europeia a partir de um acordo antitruste aprovado pela Comissão Europeia em 13 de setembro de 2025. A empresa expandirá a diferença de preço entre suites com e sem Teams em 50% (variação de €1 a €8), permitirá exportar dados do Teams para concorrentes e publicará documentação para ampliar a interoperabilidade por 10 anos. Clientes poderão migrar para versões sem Teams com preço reduzido e marketing deverá sinalizar claramente as opções sem o app.
Tabela de conteúdos
O que muda com o acordo
O acerto com a Comissão Europeia encerra uma investigação de anos sobre o atrelamento do Teams aos pacotes Office 365 e Microsoft 365. Na prática, a Microsoft passa a oferecer, em toda a Europa, versões dos pacotes sem o aplicativo de mensageria e videoconferência, com preço menor, regras de interoperabilidade ampliadas e maior transparência comercial. O objetivo, segundo o regulador, é reduzir efeitos de “dominância por empacotamento”, favorecendo a concorrência por qualidade de produto em vez de integração forçada.
- Pacotes Office 365 e Microsoft 365 sem Teams, com preço reduzido
- Gap de preço ampliado em 50% entre versões com e sem Teams
- Exportação de dados do Teams para plataformas rivais habilitada
- Documentação técnica para interoperabilidade por 10 anos
- Marketing deve indicar claramente opções sem Teams
- Medidas válidas por pelo menos 7 anos (preços) na UE
Preços, prazos e disponibilidade
Após revisar propostas iniciais, a Comissão Europeia determinou que a Microsoft ampliará em 50% a diferença de preço entre suites com Teams e aquelas sem o aplicativo, variando entre €1 e €8 conforme o pacote. As mudanças ficam em vigor por, no mínimo, 7 anos. Já os compromissos de interoperabilidade — documentação pública e abertura para migração de dados — terão duração de 10 anos. Clientes com licenças de longo prazo poderão migrar para versões “unbundled” (sem Teams) sem penalidades contratuais.
Medida | Âmbito | Prazo | Detalhes |
Pacotes sem Teams | UE (implementação global em marketing) | Vigência imediata com revisão em 7 anos | Preço reduzido vs. pacote com Teams |
Gap de preço | UE | 7 anos (mínimo) | Ampliação de 50% (variação €1 a €8) |
Interoperabilidade | UE (documentação pública) | 10 anos | APIs/documentos para integração com rivais |
Exportação de dados | UE | Contínuo | Mensagens do Teams exportáveis a concorrentes |
Marketing | Global | Contínuo | Deve indicar versão comparável sem Teams |
Impacto para empresas e concorrentes
Para clientes corporativos, a mudança amplia a liberdade de montar o stack de colaboração, escolhendo serviços de chat e videochamadas com base em critérios técnicos, preço e governança de dados. Departamentos de TI ganham margem para padronizar outras plataformas sem pagar pelo Teams quando não for necessário, além de contar com trilhas de migração e exportação de dados menos custosas. Para rivais — como Slack (Salesforce), Zoom e outros — a exigência de interoperabilidade e transparência de marketing reduz barreiras de entrada típicas de bundles.
- Mais poder de escolha e redução de lock-in
- Custos potencialmente menores em licenças
- Migração facilitada com exportação de mensagens
- Integrações mais previsíveis por documentação aberta
- Concorrência baseada em qualidade e recursos

Contexto: da queixa do Slack à decisão em Bruxelas
O caso ganhou tração em 2020, quando a Slack Technologies — hoje parte da Salesforce — apresentou uma queixa formal alegando que o atrelamento do Teams ao Office concedia à Microsoft vantagem indevida. A investigação da Comissão Europeia levou a ajustes preliminares no bloco, com a oferta de versões sem Teams, mas concorrentes e reguladores consideraram as mudanças insuficientes. Com o novo pacote de compromissos, a Microsoft amplia a separação de preços, formaliza a exportação de dados e estende a transparência técnica, respondendo aos principais pontos da queixa.
Cenário regulatório: multas e acordos
As regras antitruste da UE permitem multas de até 10% do faturamento global anual. A Microsoft já enfrentou penalidades bilionárias por práticas de empacotamento e exclusão no passado. A solução negociada evita novas sanções desse porte e se insere em uma postura mais pragmática de Bruxelas: combinar fiscalização rigorosa a acordos vinculantes, especialmente em mercados digitais em rápida evolução. Na mesma semana, a Comissão multou o Google em US$ 3,5 bilhões por práticas anticompetitivas em adtech, episódio que intensificou tensões transatlânticas.
Microsoft desvincula Teams do Office: O que esperar a seguir depois
A Microsoft afirmou que implementará globalmente medidas de rotulagem/marketing que deixam clara a existência de pacotes sem o Teams, embora as regras de preço e interoperabilidade anunciadas foquem o mercado europeu. Para clientes atuais, o caminho mais imediato é revisar contratos ativos, avaliar a economia potencial ao migrar para versões sem Teams e mapear requisitos de integração com plataformas rivais, à luz da documentação que será publicada. No médio prazo, a expectativa é de um ecossistema de colaboração mais modular, com ganhos de portabilidade e menor dependência de bundles.
Não há vídeos, posts de redes sociais ou embeds oficiais associados a este anúncio na fonte analisada. Caso surjam materiais de YouTube, X (Twitter) ou Instagram relacionados ao acordo, este artigo será atualizado para incorporar as peças originais.
Fontes, dados e verificação
- Comissão Europeia — comunicado oficial do acordo: presscorner/detail/en/ip_25_2048
- CNBC — aprovação dos compromissos e detalhes de preço: cnbc.com/2025/09/12/…
- Contexto (queixa do Slack, 2020) e histórico de ajustes na UE, conforme divulgação pública e cobertura especializada.
Atualizado em 13/09/2025, 11:04. Metodologia: priorizamos fontes primárias (Comissão Europeia) e confirmação por veículos financeiros (CNBC). Este texto será revisto conforme novas comunicações oficiais da Microsoft e do regulador.
Quando a mudança entra em vigor?
Resposta direta: As ofertas sem Teams entram em vigor após a aprovação da Comissão Europeia, com vigência mínima de 7 anos para o novo gap de preços. Expansão: A Microsoft já unbundla o Teams na UE desde propostas anteriores; o acordo atual formaliza e amplia condições, incluindo documentação técnica e exportação de dados. Validação: Conforme comunicado da Comissão Europeia (13/09/2025).
Quanto posso economizar sem o Teams?
Resposta direta: A diferença de preço entre pacotes com e sem Teams aumenta 50%, variando de €1 a €8 por usuário/mês, conforme o plano. Expansão: O valor exato depende da suite (ex.: Microsoft 365 vs. Office 365) e do contrato. Validação: Detalhes confirmados pela Comissão Europeia e cobertura da CNBC.
Posso migrar meu contrato atual?
Resposta direta: Sim, clientes com licenças de longo prazo poderão migrar para versões sem Teams. Expansão: A migração tende a exigir aditivo contratual e avaliação de dependências do Teams (chats, reuniões, compliance). Validação: Cláusula de migração está prevista no acordo aceito pela Comissão Europeia.
O acordo vale fora da UE?
Resposta direta: As condições centrais de preço e interoperabilidade focam a UE; a rotulagem/marketing será aplicada globalmente. Expansão: Empresas fora do bloco podem ver mudanças de comunicação e oferta, mas o recorte regulatório é europeu. Validação: Declarações públicas indicam implementação global em marketing, com 7 a 10 anos de obrigações na UE.
Como fica a interoperabilidade com rivais?
Resposta direta: A Microsoft publicará documentação por 10 anos e permitirá exportação de dados do Teams. Expansão: Isso deve facilitar integrações com plataformas como Slack e Zoom, diminuir lock-in e baratear migrações. Validação: Pontos expressos no compromisso aceito pela Comissão Europeia em 13/09/2025.
Considerações finais
O desacoplamento do Teams do Office na UE marca um divisor de águas na disputa por ferramentas de colaboração empresarial. Ao forçar a competição por mérito técnico e preço — e não por empacotamento — o acordo tende a favorecer clientes, incentivar inovação e nivelar o campo para rivais. Para as empresas, é hora de reavaliar contratos, medir ganhos com versões sem Teams e preparar integrações à luz da nova documentação. A evolução regulatória segue no radar: medidas de preço valem por ao menos 7 anos e a agenda de interoperabilidade se estende por uma década.