Acordo do TikTok nos EUA: o que muda agora
Trump aprovou a venda da operação dos EUA do TikTok em 26/9; um consórcio de investidores dos EUA deve assumir o controle com maioria no conselho, enquanto a ByteDance mantém participação minoritária. A avaliação citada por JD Vance é de US$ 14 bi, mas estimativas anteriores de analistas apontam potencial de até US$ 60 bilhões.
A Oracle deve replicar e proteger uma versão “made in USA” do algoritmo e gerir dados localmente; a ByteDance não teria acesso a dados dos EUA nem influência sobre o algoritmo. Relatos indicam que, com o fechamento do acordo, o app atual pode ser descontinuado no país, exigindo migração para uma nova plataforma. Entenda os próximos passos, impactos e o histórico até aqui.
Tabela de conteúdos
O que foi decidido e quando
Na quinta-feira (26/9), o então presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva aprovando a venda das operações do TikTok nos EUA a um grupo de investidores americanos. O movimento vem após a Casa Branca sinalizar um “framework” com a China e após Trump estender prazos do banimento por diversas vezes. Segundo o vice-presidente JD Vance, a transação avaliaria o TikTok EUA em cerca de US$ 14 bilhões. Já análises anteriores, como a de Angelo Zino (CFRA Research), apontavam que o negócio no país poderia alcançar até US$ 60 bilhões, dependendo da estrutura final e do desempenho do ativo.
Quem deve controlar o TikTok nos EUA
As conversas em torno do “framework” indicam um consórcio formado por Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz (a16z), com expectativa de deter até 80% da nova entidade norte-americana. O restante ficaria com acionistas chineses.
O conselho seria majoritariamente composto por membros dos EUA, incluindo um assento indicado pelo governo americano. Uma semana antes da ordem executiva, Trump afirmou que o presidente Xi Jinping havia sinalizado assentimento a um acordo que entregaria o controle da operação a investidores dos EUA, enquanto a ByteDance reiterou publicamente a intenção de manter o app acessível aos usuários americanos.
“A venda da operação dos EUA foi aprovada, com controle por investidores americanos e foco em segurança.”
Resumo baseado em TechCrunch, WSJ e comunicados oficiais
Algoritmo e dados: o que muda na segurança
De acordo com interlocutores da Casa Branca, a Oracle deverá replicar e “blindar” uma versão americana do algoritmo do TikTok, hospedada e gerida nos EUA. O acesso a dados de usuários nos EUA ficaria restrito à operação local, e a ByteDance não teria ingerência sobre o algoritmo nem acesso aos dados. A Oracle já fornece nuvem ao TikTok e, em 2020, tentou comprar a operação americana. Na prática, a medida visa endereçar o cerne das preocupações de segurança nacional: quem tem acesso ao que os usuários fazem, como o conteúdo é priorizado e quem controla a tecnologia subjacente.
Ator | Papel no acordo | Notas |
Oracle | Nuvem, segurança e algoritmo | Replica e treina versão local |
Consórcio EUA | Controle societário | Até 80% de participação |
ByteDance | Acionista minoritária | Sem acesso a dados dos EUA |
Governo dos EUA | Supervisão | 1 assento no conselho |

O que usuários nos EUA devem saber
Relatos da Bloomberg indicam que, após o fechamento do acordo, o aplicativo atual do TikTok seria descontinuado nos EUA, com os usuários migrando para uma nova plataforma. Até o momento, não há detalhes oficiais sobre funcionalidades, transição de contas, portabilidade de seguidores ou histórico de conteúdo. É prudente que criadores façam backups locais de vídeos e que marcas planejem cenários de migração de audiência. Em paralelo, vale monitorar termos de uso, políticas de privacidade e eventuais mudanças em monetização e APIs.
Como chegamos aqui: linha do tempo
Em agosto de 2020, Trump assinou uma ordem para banir transações com a ByteDance, abrindo uma disputa judicial que manteve o app no ar. Em 2024, o Senado aprovou legislação pressionando por uma venda, e o então presidente Joe Biden sancionou. O TikTok processou o governo, alegando violações da Primeira Emenda, e reiterou que cumpre leis de dados nos EUA. Em 2025, Trump mudou de postura, buscando uma estrutura de co-propriedade entre ByteDance e um parceiro americano — até chegar à ordem de 26/9, que sinaliza a aprovação de venda com controle majoritariamente americano.

Quem mais disputou o ativo
Além do consórcio com Oracle, Silver Lake e a16z, houve várias manifestações de interesse: o People’s Bid for TikTok, liderado por Frank McCourt, com apoio de figuras como Alexis Ohanian, Kevin O’Leary e Tim Berners-Lee; o American Investor Consortium, liderado por Jesse Tinsley (Employer.com), que inclui David Baszucki (Roblox), Nathan McCauley e o criador MrBeast; e ainda nomes como Amazon, AppLovin, Microsoft, Perplexity AI, Rumble, Walmart, Zoop, Bobby Kotick e Steven Mnuchin. Embora muitos tenham se movimentado, o desenho atual favorece o consórcio com Oracle na ponta tecnológica.

Validação, fontes e transparência
As informações deste artigo se baseiam em reportagens e documentos de fontes públicas: TechCrunch (ordem executiva, composição do consórcio, planos da Oracle), Bloomberg (migração para nova plataforma), Wall Street Journal (detalhes do “framework”), e estimativas de CFRA Research (Angelo Zino). A avaliação de US$ 14 bi foi citada por JD Vance. Este conteúdo será atualizado conforme surgirem novos documentos oficiais, regulatórios ou comunicados das empresas.
“O negócio nos EUA pode chegar a US$ 60 bilhões, dependendo da estrutura.”
Angelo Zino, CFRA Research (estimativa prévia)
Implicações e próximos passos
Se mantido o desenho atual, o TikTok nos EUA operará sob governança e infraestrutura locais, reduzindo riscos regulatórios e políticos — ao menos no curto prazo. Para anunciantes, a continuidade (ou transição) da audiência será determinante para investimentos no Q4 e em 2026. Para criadores, a estabilidade de alcance e monetização é chave; por isso, diversificar canais (Reels, Shorts, plataformas emergentes) permanece prudente. Do lado regulatório, restam a aprovação formal dos termos, a implementação técnica do “algoritmo americano” e a comunicação clara da migração dos usuários, caso confirmada.
O TikTok será banido nos EUA com o acordo?
Resposta direta: não necessariamente.Expansão: A ordem executiva aprova uma venda com controle americano. Relatos sugerem descontinuação do app atual e migração para uma nova plataforma no país, mas detalhes oficiais ainda não foram divulgados.Validação: Baseado em TechCrunch e Bloomberg; aguarda anúncio formal do governo e da empresa.
Quem deve controlar a operação dos EUA?
Resposta direta: um consórcio americano.Expansão: O grupo incluiria Oracle, Silver Lake e a16z, com cerca de 80% da participação e conselho majoritariamente dos EUA, além de um assento indicado pelo governo.Validação: Conforme apuração do TechCrunch e WSJ sobre o ‘framework’ EUA-China.
O que acontece com o algoritmo do TikTok?
Resposta direta: será replicado e gerido nos EUA.Expansão: A Oracle deve criar e proteger uma versão local do algoritmo, com hospedagem e retreinamento no país. A ByteDance não teria acesso a dados dos EUA nem influência sobre o algoritmo.Validação: Relatos de fontes da Casa Branca citados pelo TechCrunch.
Quanto vale o TikTok dos EUA neste acordo?
Resposta direta: cerca de US$ 14 bilhões.Expansão: O número foi citado por JD Vance. Estimativas anteriores, como as da CFRA Research, sugerem potencial de até US$ 60 bilhões, a depender da estrutura final.Validação: Declarações públicas e análises de mercado (CFRA).
Usuários precisarão migrar de aplicativo?
Resposta direta: possivelmente, sim.Expansão: Bloomberg reporta que o app atual seria descontinuado nos EUA após o fechamento do acordo, com migração para uma nova plataforma. Porém, funcionalidades e cronograma não foram oficializados.Validação: Reportagem da Bloomberg; aguarda confirmação das empresas e autoridades.
Considerações finais
O acordo do TikTok nos EUA sinaliza um redesenho de governança e tecnologia para acomodar exigências de segurança e soberania de dados. Com a Oracle à frente da infraestrutura e um consórcio americano controlando a operação, o app tende a mitigar riscos políticos — mas permanece a incerteza sobre a experiência do usuário caso ocorra a migração para uma nova plataforma. Para o mercado, os próximos comunicados oficiais — de governo, TikTok/ByteDance e do consórcio — dirão o ritmo de execução e o impacto em audiência, receita publicitária e competição nas redes sociais.