Pixel 10 Pro Fold explode em teste de durabilidade

Pixel 10 Pro Fold explode: O Google Pixel 10 Pro Fold quebrou e entrou em combustão durante um teste de durabilidade conduzido por Zack Nelson, do canal JerryRigEverything, em vídeo publicado nesta semana (14/10). O dobrável se partiu na região das linhas de antena, junto à dobradiça, e a bateria sofreu curto-circuito após nova flexão.

É o primeiro caso de um smartphone pegar fogo nos mais de dez anos de testes do criador de conteúdo, o que levanta dúvidas sobre a resistência estrutural do aparelho — especialmente porque o modelo foi lançado com forte apelo de robustez e certificação IP68 contra poeira e água.

O que aconteceu no teste de dobra

Nos procedimentos de estresse do JerryRigEverything, os smartphones são submetidos a arranhões, exposição ao calor e ao célebre teste de dobra, que aplica força contrária ao sentido natural de fechamento do aparelho. No caso do Pixel 10 Pro Fold, a estrutura rompeu no mesmo ponto frágil observado em modelos anteriores: as linhas de antena posicionadas ao lado da dobradiça. Depois da fratura inicial, uma nova tentativa de flexão levou a bateria a entrar em curto, com ignição visível e liberação de fumaça — um evento descrito por Nelson como “catastrófico e inédito” em sua trajetória de testes.

“Surpreendentemente, na década em que venho testando a durabilidade de celulares, eu nunca tive um smartphone que explodiu antes. O Pixel 10 Pro Fold é o primeiro a pegar fogo.”

Zack Nelson (JerryRigEverything)

Falha previsível: antenas junto à dobradiça

Segundo Nelson, a ruptura do Pixel 10 Pro Fold era “totalmente previsível”. O criador lembrou que tanto o Pixel 9 Pro Fold quanto o Pixel Fold original falharam no mesmo local. Em termos de engenharia, linhas de antena são trilhas de material não metálico na carcaça que permitem a passagem de radiofrequência, mas também podem criar pontos de concentração de tensão quando posicionadas em áreas críticas. Em um dobrável, a região ao lado das dobradiças é submetida a alto estresse mecânico; somar um canal de material mais frágil nessa área aumenta o risco de fratura estrutural quando forças anômalas são aplicadas.

O teste evidencia um dilema comum em projetos de dispositivos com múltiplas antenas e corpo articulado: como equilibrar desempenho de conectividade com integridade estrutural. A crítica do youtuber ao Google se concentra no fato de o desenho ter sido mantido por três gerações, com o mesmo bottleneck mecânico exposto a esforços de torção.

Resistência prometida x realidade: e o que diz o IP68

O Pixel 10 Pro Fold chegou ao mercado destacando durabilidade e certificação IP68 — algo raro em dobráveis. No padrão IEC 60529, IP68 significa proteção contra poeira (nível 6) e resistência à imersão em água doce (nível 8, sob condições controladas). No vídeo, entretanto, ao despejar areia sobre o mecanismo, Nelson relatou ruídos de atrito ao abrir e fechar o aparelho, sugerindo que detritos entraram na dobradiça. O criador também comparou que “a Samsung nunca alegou que seus dobráveis eram à prova de poeira”, ressaltando que certificações não eliminam completamente riscos em situações reais e fora de especificação de laboratório.

Segurança: por que a bateria pode pegar fogo

Baterias de íons de lítio armazenam grande densidade de energia. Quando deformadas, perfuradas ou comprimidas, camadas internas podem se romper, causando curto-circuito interno. O resultado é aquecimento rápido, “thermal runaway” (fuga térmica) e possível combustão. Em um dobrável, uma fratura que atinja a área da bateria aumenta a probabilidade desse cenário. Embora testes de dobra não espelhem uso cotidiano, o caso indica risco em acidentes como sentar sobre o aparelho, torções em bolsas ou quedas que provoquem dobras anormais.

• Evite pressionar o aparelho fora do eixo de dobragem.
• Procure assistência se o chassi empenar ou se a tela interna trincar.
• Descarte imediatamente o dispositivo se houver cheiro de solvente, fumaça ou aquecimento anormal.

Disponibilidade e contexto no Brasil

O Google Pixel 10 Pro Fold não é vendido oficialmente no Brasil. A declaração de durabilidade do fabricante inclui reforços na tela interna e chassis, mas os resultados do teste indicam que a robustez sob torção continua sendo um desafio para a categoria. Para consumidores brasileiros interessados em dobráveis, vale comparar opções com histórico de melhorias na dobradiça e política de suporte local.

Repercussão e paralelo com casos famosos

O episódio rapidamente repercutiu nas redes sociais, com usuários apelidando o Pixel 10 Pro Fold de “sucessor do Galaxy Note 7” — referência ao caso emblemático de falha de bateria em 2016. É importante pontuar que se trata de um teste extremo e que a ocorrência não implica, por si só, um defeito generalizado. Ainda assim, a repetição do ponto de ruptura em três gerações acende o alerta para decisões de projeto que podem ser revistas sem comprometer conectividade ou design.

O que o consumidor deve observar em um dobrável

Ao avaliar um dobrável, busque informações sobre:
(1) arquitetura da dobradiça (tipo, folgas, proteção contra detritos),
(2) materiais do chassi e reforços na região próxima à dobradiça,
(3) posicionamento das linhas de antena para evitar pontos de fraqueza, e
(4) política de garantia e reparo, especialmente para a tela interna.
Certificações como IP67/IP68 ajudam, mas não substituem bom projeto mecânico.

Perguntas frequentes – Pixel 10 Pro Fold explode

Considerações finais

O caso do Pixel 10 Pro Fold explode evidencia que certificações e promessas de marketing não dispensam decisões de engenharia rigorosas em áreas críticas. A repetição do ponto de ruptura nas linhas de antena junto à dobradiça sugere um ajuste de projeto pendente. Para usuários, a lição é equilibrar expectativas: dobráveis avançam em resistência, mas seguem sensíveis a torções atípicas. Para a indústria, fica o recado de que robustez estrutural e posicionamento de antenas precisam caminhar juntos — sobretudo quando a segurança da bateria de íons de lítio está em jogo.