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Golpes pós-Black Friday: descubra como se proteger das novas fraudes

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Após o frenesi das promoções e das oportunidades da Black Friday, outra temporada começa — a dos golpes pós-Black Friday. Os criminosos digitais, atentos à ansiedade dos consumidores que aguardam seus produtos ou reembolsos, exploram vulnerabilidades em sistemas de logística reversa, portais de devolução e atendimentos automatizados. Essas práticas já causaram prejuízos de milhões de reais e comprometem tanto consumidores quanto grandes varejistas.

Como funcionam os golpes pós-compra

Os golpistas digitais costumam agir logo após o período de compras da Black Friday. Entre as estratégias utilizadas estão e-mails falsos, mensagens de SMS e até notificações via WhatsApp, que simulam comunicações das lojas ou transportadoras. Eles alegam que há taxas pendentes, produtos retidos ou reembolsos de valores excedentes de frete — tudo para induzir a vítima a clicar em um link malicioso. A partir daí, é instalado um malware que captura dados pessoais e bancários.

Outro golpe comum envolve a manipulação do processo de devolução. Alguns criminosos falsificam códigos de rastreio ou devolvem apenas a embalagem vazia, contendo objetos aleatórios que simulam o peso do produto. Em outras tentativas, os fraudadores adulteram números de série de produtos defeituosos para manter o item funcional e receber reembolso por outro danificado.

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A vulnerabilidade na logística reversa

A logística reversa — ou seja, o sistema de devoluções e reembolsos — foi projetada para trazer conveniência aos consumidores. Entretanto, conforme destaca o relatório da RedBelt Security, ela tem se tornado um alvo de ataques. APIs sem limitação de taxas, aprovações automáticas e fluxos de pagamento sem verificação de identidade criam brechas exploradas por cibercriminosos.

Um caso notório foi o da rede REKK, que recrutava funcionários de varejistas via Telegram e Reddit para marcar produtos como devolvidos sem o retorno físico. Esse esquema custou às empresas milhões de reais até ser desmantelado em 2024 pela Amazon. Situações assim demonstram como falhas internas e processos automatizados podem ser explorados mesmo sem a necessidade de um ataque direto aos sistemas das lojas.

A devolução de produtos é feita, muitas vezes, por meio de sistemas automatizados ou com menos segurança do que o checkout: golpistas se aproveitam disso para lucrar (Imagem: Reprodução/Shein)
A devolução de produtos é feita, muitas vezes, por meio de sistemas automatizados ou com menos segurança do que o checkout: golpistas se aproveitam disso para lucrar (Imagem: Reprodução/Shein)

Os números preocupantes da fraude digital

O Mapa da Fraude 2025, da Serasa Experian, revelou que foram registradas 17,8 mil tentativas de fraude apenas até o meio-dia do sábado após a Black Friday do último ano. Isso representou R$ 27,6 milhões em golpes bloqueados, evidenciando que a ameaça continua por dias após o evento. O volume tende a crescer à medida que mais compras são entregues e os canais de devolução permanecem ativos.

Como se proteger desses golpes

De acordo com especialistas da RedBelt Security e do laboratório de inteligência INGENI, o primeiro passo é desconfiar de qualquer mensagem que traga senso de urgência ou solicite dados pessoais. Além disso, confirme sempre as informações diretamente no site oficial da loja e evite clicar em links enviados por terceiros, e-mails ou SMS.

  • Desconfie de mensagens que mencionam cancelamento de conta ou taxas pendentes.
  • Evite clicar em links recebidos por SMS ou WhatsApp.
  • Ative a autenticação em dois fatores nas suas contas online.
  • Defina um limite diário para Pix durante períodos de grandes promoções.
  • Verifique erros de ortografia e domínios suspeitos (as URLs falsas podem ter caracteres trocados).

Empresas também devem reforçar seus sistemas de segurança com monitoramento de APIs, revisão de processos automatizados e validações manuais em reembolsos de alto valor. O investimento em cibersegurança, embora caro, é essencial para manter a credibilidade e evitar perdas financeiras.

Pontos-chave para consumidores

  1. Compre apenas em sites com certificado HTTPS válido.
  2. Use métodos de pagamento seguros e rastreáveis.
  3. Registre todos os comprovantes de pagamento e trocas.
  4. Ao devolver um produto, exija número de rastreamento oficial.
  5. Em caso de dúvida, acione o SAC da loja e nunca envie dados por redes sociais.

Perguntas Frequentes sobre golpes pós-Black Friday

  1. O que são golpes pós-Black Friday?

    São fraudes que ocorrem depois das compras de Black Friday, explorando processos de devolução, reembolsos ou a ansiedade do consumidor pelo produto.

  2. Quais são os golpes mais comuns?

    Mensagens falsas pedindo taxas de liberação, sites de reembolso falsos e devoluções de produtos adulteradas estão entre as práticas mais recorrentes.

  3. Como posso me proteger dessas fraudes?

    Evite clicar em links de SMS, ative autenticação em dois fatores e use apenas canais oficiais das lojas para devoluções e reembolsos.

  4. As empresas também podem ser vítimas?

    Sim. Lojas digitais são alvos de fraudes internas e automatizadas em sistemas de devolução e APIs expostas.

Considerações finais

Os golpes pós-Black Friday demonstram que a cibersegurança vai muito além do momento da compra. O verdadeiro desafio para consumidores e empresas está em manter a vigilância ativa, revisar processos e adotar práticas seguras no ambiente digital. Nas próximas temporadas de descontos, a melhor oferta pode ser a da segurança dos seus dados.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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