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Campanha de phishing no Google Cloud atinge empresas globais

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Uma nova campanha de phishing foi descoberta explorando o Google Cloud Application Integration para roubar dados corporativos em escala global. O ataque, identificado por pesquisadores da Check Point, comprometeu mais de 3 mil empresas em todo o mundo, incluindo organizações brasileiras. A ameaça utiliza recursos legítimos da infraestrutura Google para enviar e-mails falsos que parecem oficiais, logrando colaboradores de empresas de diversos setores, especialmente tecnologia, manufatura e finanças.

Como o golpe opera dentro do Google Cloud

De acordo com análises técnicas apresentadas pela Check Point, a campanha utiliza o serviço Google Cloud Application Integration, normalmente empregado por empresas para integrar sistemas e automatizar processos corporativos. Contudo, os cibercriminosos exploraram falhas de autenticação dentro dessa ferramenta para enviar mensagens falsificadas diretamente de domínios reais do Google, como se fossem alertas internos legítimos.

O ataque é sofisticado: como os e-mails são enviados a partir de um endereço autêntico do Google, os sistemas de segurança convencionais, como filtros de spam, não detectam a fraude. As mensagens incluem convites para visualizar documentos, notificações de voz ou atualizações de rotina — induzindo o usuário ao clique em um link fraudulento. Esse link direciona a vítima inicialmente a uma página real do Google Cloud e, em seguida, redireciona para um site malicioso exibindo um CAPTCHA falso e, por fim, um formulário de login idêntico ao da Microsoft.

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Ao inserir as credenciais corporativas, o funcionário fornece seus dados diretamente aos criminosos, que registram a senha no momento da digitação. Esse tipo de ataque é particularmente perigoso em ambientes empresariais, onde um único login comprometido pode expor informações estratégicas e sistemas internos.

Hackers conseguem usar recurso do Google Cloud para enviar e-mails maliciosos a partir de endereços legítimos (Imagem: Reprodução/Check Point).
Hackers conseguem usar recurso do Google Cloud para enviar e-mails maliciosos a partir de endereços legítimos (Imagem: Reprodução/Check Point).

Campanha de phishing: Impacto global e países mais atingidos

Os dados coletados pela Check Point Research indicam que os crimes atingiram empresas em diversas regiões. As estatísticas apontam que 48,6% das vítimas estão nos Estados Unidos, enquanto a região Ásia-Pacífico representa 20,7% e a Europa responde por 19,8%. Na América Latina, o prejuízo é expressivo: o Brasil lidera com 41% dos incidentes, seguido do México, com 26%.

Os setores mais impactados incluem manufatura e tecnologia, responsáveis por 19,6% e 18,9% das ocorrências, respectivamente. O segmento bancário também aparece entre os alvos mais vulneráveis, sofrendo 14,8% dos ataques. Essa concentração demonstra que os cibercriminosos vêm priorizando infraestruturas críticas e organizações de grande porte, explorando brechas de confiança dentro de serviços amplamente utilizados pelas empresas.

Phishing no Google: Resposta do Google e mitigação

Após a divulgação da campanha, o Google confirmou ter bloqueado a operação, especificando que o incidente resultou de um uso indevido de ferramentas de automação, e não de uma violação direta de sua infraestrutura. Em nota, a empresa assegurou que medidas adicionais foram tomadas para aprimorar os mecanismos de detecção e limitar o acesso a configurações sensíveis de API na plataforma.

Especialistas recomendam que companhias reforcem políticas de autenticação, implantem verificação multifatorial (MFA) e monitorem logs de acesso. Além disso, sugere-se treinamento contínuo para funcionários, destacando a importância de não clicar em links suspeitos, mesmo provenientes de domínios aparentemente confiáveis.

  • Revisar permissões do Google Cloud Application Integration;
  • Aplicar autenticação de dois fatores em todas as contas corporativas;
  • Utilizar gateways de e-mail com verificação DNS e DKIM;
  • Monitorar logs para detectar anomalias de envio e recebimento;
  • Educar colaboradores com simulações de phishing internas.

Especialistas alertam: phishing agora abusa da confiança institucional

O ataque demonstra como ameaças cibernéticas modernas evoluíram para explorar não apenas vulnerabilidades técnicas, mas também psicológicas. A confiança depositada em grandes plataformas como o Google torna os usuários ainda mais propensos a cair em armadilhas. Quando o e-mail de um domínio legítimo chega à caixa de entrada, a sensação de segurança induz a execução de ações sem o devido questionamento — um comportamento que os hackers exploram com precisão.

Segundo Jaqueline Sousa e Jones Oliveira, autores do levantamento, esse tipo de fraude poderia eventualmente se expandir para outros provedores de nuvem, ampliando o risco para ecossistemas corporativos e governamentais. Já a Hack Read, fonte internacional consultada, confirmou que esse é um dos maiores ataques usando infraestrutura Google documentados até 2025.

Medidas de prevenção para empresas e usuários

Para reduzir o impacto de campanhas como esta, especialistas em cibersegurança orientam que as companhias invistam em plataformas de resposta a incidentes e implementem SOC automatizados (Security Operations Center). Outro ponto crucial é o uso de inteligência de ameaças (Threat Intelligence) para identificar domínios suspeitos antes que cheguem aos usuários.

Ferramentas baseadas em IA também podem ajudar na análise de padrões comportamentais em e-mails e detectar campanhas sofisticadas. Ao mesmo tempo, empresas devem participar de programas de compartilhamento de informação sobre ameaças, como o FIRST e o CERT.br, permitindo reações mais rápidas a novos vetores de ataque.

Conclusão

O uso indevido do Google Cloud para espalhar phishing marca um ponto de inflexão na segurança digital global. Essa campanha evidencia a necessidade de vigilância constante, integração entre equipes de TI e segurança cibernética e fortalecimento da defesa humana — o elo mais fraco da cadeia. Apesar da resposta rápida do Google, o cenário demonstra que a confiança institucional pode ser tão vulnerável quanto um software desatualizado.

Perguntas Frequentes sobre a campanha de phishing no Google Cloud

  1. Como os hackers usaram o Google Cloud nessa campanha de phishing?

    Os criminosos exploraram o recurso Google Cloud Application Integration para enviar e-mails a partir de domínios legítimos, contornando filtros de segurança e redirecionando usuários para falsos logins da Microsoft.

  2. Quais países foram mais afetados pelos ataques?

    A maior parte das vítimas está nos EUA (48,6%), mas Brasil (41%) e México (26%) concentram os casos na América Latina, seguidos por países da Ásia e Europa.

  3. Que setores foram mais impactados pelos golpes?

    Os segmentos de manufatura e tecnologia lideram as ocorrências, respondendo por quase 40% dos ataques detectados. O setor financeiro aparece em seguida com 14,8%.

  4. O Google corrigiu a falha explorada na campanha?

    Sim. O Google informou que bloqueou o uso indevido do recurso e reforçou os protocolos de verificação e segurança de API dentro do Google Cloud.

Fonte: Hack Read

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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