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Como lucrar com derivados de anime e mangá: novidades Kadokawa e Kodansha

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Grandes grupos japoneses como Kadokawa e Kodansha acabam de anunciar novas formas legais de criadores e fãs lucrarem com conteúdo derivado de anime e mangá, sinalizando mudanças profundas no ecossistema da economia criativa. As novidades prometem ampliar o alcance dos animes, valorizar produções de fãs e, principalmente, democratizar o acesso à monetização de conteúdos criativos baseados em propriedades intelectuais famosas. Entenda como esse movimento chega para transformar regras, oportunidades e desafios da produção de derivados culturais nas plataformas digitais.

O que muda para criadores de conteúdo de anime e mangá

Tradicionalmente, apenas estúdios, empresas de mídia e influenciadores altamente conectados conseguiam monetizar seus conteúdos derivados de animes e mangás. O medo de violações dos direitos autorais travava a criatividade de muitos fãs, por medo de retaliação por manipular imagens, vídeos, ou mesmo compartilhar reviews e análises. Agora, as editoras e produtoras estão construindo plataformas dedicadas para facilitar licenciamento, monetização e circulação de conteúdos criados por terceiros.

Kodansha e Roblox: experiências licenciadas ganham escala

Em julho de 2025, a plataforma Roblox anunciou um novo sistema de licenciamento, trazendo Kodansha para seu seleto grupo ao lado de gigantes como Netflix e Sega. A novidade permite que criadores obtenham licenças para trabalhar de forma oficial com as IPs (propriedades intelectuais) de sucesso, ao mesmo tempo que facilita termos claros de uso, acompanhamento das criações e repasse automático de receitas. Dois dos animes da Kodansha já confirmados para licenciamento no Roblox são Blue Lock e That Time I Got Reincarnated as a Slime, demonstrando o tamanho da aposta na convergência entre games, anime e cultura digital jovem.

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Tela de Roblox com experiência de anime Blue Lock e logo Kodansha, simbolizando licenciamento e monetização
Experiências de animes como Blue Lock chegam oficialmente ao Roblox, ampliando a monetização de conteúdos criados por fãs. © Kodansha/Roblox

Dados recentes do Roblox mostram que 62% dos usuários ativos diários têm menos de 17 anos, sendo que a faixa 17–24 cresce rapidamente. O público se destaca pelo consumo de animes e autodefinição cultural baseada em elementos destes universos. Relatórios apontam que mais de 50% da Gen Z dos EUA afirma que animes influenciam estilo de vida e identidade visual.
Essa dinâmica cria um ecossistema “aderente” onde comunidades, animes e experiências digitais como Roblox se conectam, potencializando engajamento e receita a partir da criatividade dos próprios fãs. Empresas de animação, como a Toei Animation, já apontam o Roblox como vitrine para novos lançamentos e forma efetiva de criar fandoms antes mesmo dos filmes estrearem.

“O Roblox Licensing Platform pretende criar novas oportunidades de receita e permitir que criadores entendam claramente o que podem criar, monetizando IPs globais”

Equipe Roblox

No universo dos criadores, iniciativas como a da Kodansha sinalizam o fim do amadorismo forçado e a entrada definitiva de fãs como agentes econômicos relevantes, ainda que sob regras estruturadas e brandas.

Kadokawa e YouTube: novos guias e receitas para vídeos de anime

Outra mudança radical vem da Kadokawa, que agora permite o uso oficial de trechos de até 2 a 4 minutos de animes selecionados em vídeos no YouTube, seja para reviews, recortes, traduções ou análises. A permissão faz parte do Creator’s Support Program (CSP), que orienta e distribui receitas entre criadores e comitê de produtores. Para títulos como “See You Tomorrow at the Food Court” ou “The Rising of the Shield Hero”, a autorização cobre não só trechos animados mas também artes, logos e key visuals.

Logo do Creator's Support Program da Kadokawa e imagens dos animes permitidos para clips e análises no YouTube
O Creator’s Support Program da Kadokawa garante segurança jurídica para criadores de conteúdo de anime no YouTube, com regras claras de divisão de receitas.

Segundo a Dentsu, um terço dos consumidores de anime consome rotineiramente conteúdos secundários (vídeos de análise, podcasts, streams etc). O novo modelo reconhece este hábito e busca capitalizá-lo, beneficiando tanto produtores oficiais quanto influenciadores, Youtubers e fãs que profissionalizaram sua paixão. Em paralelo, criadores que viralizavam com obras curtas no X (antigo Twitter) ou no YouTube passam a ter maior proteção e incentivo para crescer financiando suas criações.

E a Crunchyroll? O papel das redes sociais e do anime curto

Após novas diretrizes da Kadokawa e Kodansha, surge expectativa para movimentos similares por parte da Crunchyroll. A diretoria da plataforma já sinalizou que o futuro dos animes vai além do formato tradicional de 20 minutos. O consumo acelerado via TikTok e a preferência da nova geração por clipes curtos exigem novas estratégias para engajamento. Empresas como a Plott, que desenvolve e distribui animes curtos (com políticas próprias de derivados), já somam bilhões de views mensais e atraem aportes com foco total nessas tendências.

Mercado de fãs, impactos econômicos e perspectivas

Pesquisas recentes mostram que fãs de anime são um público economicamente relevante: segundo levantamento da Dentsu com 8.600 pessoas de 10 países, 30% dos jovens que assistem anime gastaram mais de US$200 em produtos relacionados só no último ano.
Ao abraçar e organizar a produção de derivados de uma forma segura, transparente e lucrativa, empresas como Kadokawa e Kodansha andam na frente da regulação global e abrem caminho para que a criatividade e o fandom cresçam juntos, ajudando a indústria e garantindo proteção legal também para os criadores.

“A geração mais jovem cria seu próprio conteúdo, e plataformas precisam de ferramentas para integrar e legalizar esse movimento. O ecossistema do anime precisa evoluir”

Gita Rebbapragada, COO da Crunchyroll

Exemplo prático: criadores, Roblox e o diretor de Chainsaw Man

Além das licenciadoras, grandes diretores e dubladores do mercado já aderem à nova onda: Ryu Nakayama, diretor de Chainsaw Man S1, dirigiu recentemente o jogo de terror THE INN dentro do Roblox, com mais de 1 milhão de visitas, incluindo vozes de dubladoras famosas como Asami Seto e Megumi Han. Esse tipo de colaboração reforça a permeabilidade dos universos, ao mesmo tempo em que gera novas receitas e aproxima público e criadores.

Veja a repercussão no X (Twitter):

Como funciona na prática? O passo a passo para monetizar derivados

  • Leia as novas regras publicadas pelas editoras (Kodansha, Kadokawa, Plott etc).
  • Solicite licenças ou respeite limites de uso e tempo divulgados para cada título.
  • Inclua os devidos créditos, links e referências conforme especificado nos programas (CSP, Roblox Licensing etc).
  • Monetize seus conteúdos em plataformas parceiras e usufrua da divisão de receitas conforme os programas oficiais.
  • Mantenha-se atento a atualizações e novas oportunidades de IPs liberadas por estúdios e distribuidoras.

Considerações finais sobre Como lucrar com derivados de anime e mangá

O movimento liderado por Kadokawa, Kodansha e outras empresas japonesas busca impulsionar toda a cadeia econômica dos animes e mangás, equilibrando interesses de criadores oficiais e da base de fãs. As novas regras e plataformas fortalecem a comunidade, garantem segurança jurídica e desbloqueiam novas receitas para milhares de criadores mundo afora. A expectativa é que este novo modelo seja inspiração para outras indústrias criativas e entretenimento digital, ampliando ainda mais o fenômeno global dos animes e seus derivados.

  1. Quais animes estão liberados para uso em conteúdos derivados no Roblox?

    Atualmente, Blue Lock e That Time I Got Reincarnated as a Slime estão licenciados oficialmente pela Kodansha para experiências e jogos no Roblox. A lista pode crescer conforme novas parcerias.

  2. Qual o limite de uso de vídeos de anime no YouTube imposto pela Kadokawa?

    Cada vídeo pode usar até 2 minutos de clipes para alguns títulos e até 4 minutos para outros, desde que seguindo as diretrizes do CSP e integrando as receitas conforme estipulado.

  3. Como fazer parte oficialmente da monetização de conteúdo derivado de anime?

    É necessário seguir as regras dos programas oficiais como a plataforma de licenciamento do Roblox ou o CSP da Kadokawa, solicitar permissões conforme descrito e respeitar prazos e condições de uso.

  4. É permitido monetizar fanarts e curtas de anime em redes sociais?

    Sim, desde que respeitadas as regras de cada IP e possíveis requisitos legais. Plataformas como Plott e programas das editoras liberam e regulamentam a divisão de receitas desses conteúdos.

  5. Quais as vantagens para os fãs/produtores com as novas regras?

    Os fãs ganham segurança jurídica e novas fontes de renda, além de poderem divulgar suas criações sem medo de bloqueios ou punições legais, incentivando a criatividade e a economia criativa.

Fonte: Comic NatalieRoblox, Anime Corner
Imagem em destaque © Homura Kawamoto, Toru Naomura / Square Enix, Kakegurui Production Committee

Gabriela Santos

Viciada em duas telas: a do cinema e a do meu setup. Filmes, gadgets e tudo que há de bom no meio.

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