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Fraude em Contratação Remota: O Novo Risco para Empresas em 2025

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Em setembro de 2025, uma nova ameaça desafia a segurança das empresas: a fraude em contratação remota. Esqueça ataques de phishing convencionais; o perigo agora é real e começa com a integração de colaboradores forjados, como “Jordan do Colorado”, que ingressa em equipes com currículo impecável, referências convincentes e histórico limpo — tudo rigorosamente falso. Em poucas horas, o falso funcionário tem acesso a diversos sistemas e informações sensíveis, utilizando técnicas sofisticadas para se infiltrar. O fenômeno marca uma nova crise de identidade corporativa, exigindo ações inéditas para proteção dos negócios.

De Phishing a Contratados Falsos: O Cenário Atual

Se antes o ataque comum era um e-mail malicioso, hoje a invasão ocorre via contratação. Com o aumento das fraudes digitais, a identidade digital se tornou o novo perímetro de defesa. Enquanto o phishing cresceu 49% desde 2021, motivado sobretudo pelo uso de IA para criar armadilhas cibernéticas mais autênticas, as empresas se muniram de defesas tecnológicas e treinamentos. Porém, esses mecanismos não param fraude estrutural em processos seletivos: agora, o invasor chega com credenciais aparentemente legítimas, aprovado por recursos humanos e integração digital — sem levantar suspeitas.

O Problema da Fraude em Contratações Remotas em 2025

O trabalho remoto globalizou o mercado, mas também enfraqueceu os controles presenciais. Afinal, entrevistas presenciais eram barreiras naturais contra falsificação. Em 2025, é possível simular entrevistas usando deepfakes de voz e vídeo, referências falsas e perfis digitais inteiramente criados por algoritmos. Assim, um agente mal-intencionado pode facilmente assumir a identidade de um profissional fictício, acessar dados estratégicos e comprometer operações críticas.

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Caso Real: Operações de Contratação Fraudulenta da Coreia do Norte

Uma investigação internacional revelou mais de 320 casos de operadores norte-coreanos infiltrados como supostos profissionais de TI contratados remotamente em empresas ao redor do mundo. Essa prática registrou aumento de 220% em um ano, com uso intensivo de perfis, entrevistas e documentação falsos. Muitos desses agentes ainda recebem apoio de cúmplices americanos, fornecendo equipamentos, endereços e identidade digital para driblar sistemas de verificação​. Em consequência, dados valiosos foram transferidos para o regime norte-coreano, comprometendo empresas de grande porte, incluindo integrantes da Fortune 500.

O Desafio do Castelo e Fosso: Segurança x Produtividade

Empresas frequentemente reagem apertando políticas de acesso, centralizando restrições. A lógica é bloquear tudo, tornando o ambiente hermético. No entanto, essa abordagem “tudo ou nada” cria gargalos — a produtividade cai e abre-se espaço para exceções, que acabam minando a segurança por dentro. O funcionário útil precisa de acesso; o fraudador também. Proibir o acesso indiscriminadamente é tão perigoso quanto liberar tudo por padrão.

Zero Standing Privileges (ZSP): Blindagem pelo Mínimo Necessário

O conceito de Zero Standing Privileges (ZSP) redefine a segurança: nenhum colaborador deve manter acessos permanentes por padrão. Ao contrário do antigo modelo “castelo e fosso”, o ZSP busca garantir que só se conceda acesso temporário para tarefas específicas, com toda concessão e revogação registrada para fins de auditoria. Isso dificulta a ação de invasores internos, que perdem o “chaveiro dourado” da organização.

  • Sem acesso persistente: Apenas o essencial para a função.
  • Just-in-Time (JIT): Permissão concedida por tempo determinado e auditada.
  • Rastreamento total: Cada acesso é logado e monitorado.

Com ZSP, a empresa diminui significativamente o risco de acesso indevido sem afetar a performance legítima das equipes.

Checklist Prático para ZSP e Blindagem contra Contratação Fraudulenta

  • Mapeamento de identidades: Centralize todos os perfis e contas em um só sistema.
  • Bases por função: Defina níveis mínimos de acesso para cada função.
  • Remoção de permissões sobressalentes: Elimine acessos antigos ou excessivos.
  • Fluxo de requisição controlado: Implemente portais para solicitar e avaliar acessos.
  • Automação de auditoria: Cada concessão e revogação precisa ser facilmente rastreável.
  • Bundles aprovados: Simplicidade e agilidade para tarefas comuns sem abrir brechas.

“Evitar privilégios permanentes é vital: o acesso deve ser mínimo, pontual e auditado. Assim, bloqueia-se os passos de um atacante sem paralisar o ritmo dos negócios.”

David van Heerden, Sr. Product Marketing Manager – BeyondTrust

Comece Pequeno, Ganhe Rápido: Adoção Progressiva do ZSP

O recomendado é testar o ZSP em sistemas críticos por curtos períodos, medindo a eficiência dos fluxos de concessão, aprovação e auditoria de acessos. Soluções modernas, como BeyondTrust Entitle, automatizam esse controle. Usuários legítimos ganham só o necessário para cumprir a tarefa. Ao finalizar, os acessos desaparecem, deixando pouco ou nenhum privilégio exposto a potenciais “Jordans”.

Especialistas recomendam: operacionalizar o ZSP fortalece a segurança sem sacrificar produtividade, promovendo um ambiente em que o controle é transparente e fluido — e onde a defesa começa pela identidade.

Perguntas Frequentes sobre Fraude em Contratação Remota e Zero Privileges

  1. Como identificar fraude em contratação remota?

    Verifique autenticidade de documentos, faça entrevistas por vídeo em tempo real, utilize múltiplos métodos de validação de referências e análise de padrão de comportamento digital. Falhas nesses pontos são sinais de alerta para fraude. Empresas que cruzam dados e adotam avaliação comportamental aumentam sua proteção.

  2. O que são privilégios zero standing (ZSP)?

    ZSP significam que nenhuma conta têm acesso permanente; todo privilégio é temporário e monitorado. O modelo impede invasores de usar credenciais legítimas a longo prazo, reforçando segurança sem afetar produtividade. A prática reduz pontos de entrada para ataques internos e externos.

  3. Quais setores são mais visados por contratação fraudulenta?

    Empresas de tecnologia, finanças e setores com dados sensíveis lideram a lista. Negócios que operam totalmente remotos estão ainda mais expostos. Implementar ZSP e procedimentos rigorosos diminui o risco de infiltração e vazamento de informações estratégicas.

  4. Como proteger a identidade corporativa em processos seletivos digitais?

    Implemente múltiplas etapas de validação digital, use ferramentas anti-deepfake e protocolos de dupla autenticação. Auditorias regulares de acesso e entrevista presencial (mesmo virtual) criam barreiras para fraudes sofisticadas. Técnicas combinadas aumentam o grau de confiabilidade nos processos de RH.

Fraude em contratação remota: Considerações finais

A fraude em contratação remota representa a evolução do risco cibernético em 2025. Empresas precisam ir além dos tradicionais firewalls e políticas de acesso, adotando frameworks como zero standing privileges alinhados à nova realidade identitária. O equilíbrio entre proteção e agilidade operacional passa pela validação rigorosa de identidades e concessão de privilégios mínimos, sempre temporários e auditados. Para vencer a ameaça interna, o RH e a TI devem atuar juntos, promovendo uma cultura de segurança proativa onde cada novo colaborador é, antes de tudo, uma identidade a ser verificada e monitorada.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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