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Game Pass é lucrativo, apesar de críticas e demissões na Microsoft

O serviço Game Pass, da Microsoft, é rentável segundo fontes internas, mesmo diante das recentes demissões em massa e das críticas de desenvolvedores renomados como o fundador da Arkane Studios. Embora haja dúvidas sobre a viabilidade do modelo de assinatura, dados recentes apontam que o Game Pass permanece no azul, desafiando alegações de insustentabilidade e ampliando o debate sobre o futuro dos jogos por assinatura.

Contexto das demissões e o foco no Game Pass

Em 2025, a Microsoft realizou uma das maiores rodadas de demissões de sua história, afetando mais de 9.000 funcionários nas divisões Xbox e outros setores. Este movimento ampliou o escrutínio sobre o setor de games da empresa, especialmente quanto à rentabilidade e sustentabilidade do Game Pass, sua principal plataforma de assinatura para jogos.

Críticos sugeriram que a proposta de valor do Game Pass seria “boa demais para ser verdade” e levantaram dúvidas se a plataforma de assinatura realmente se paga, uma vez que oferece centenas de jogos por uma só mensalidade. A Microsoft, porém, afirma que o serviço é lucrativo.

Lucratividade do Game Pass: dados de fontes internas

Segundo reportagens recentes do Windows Central e do TechSpot, fontes ligadas à divisão Xbox confirmaram que o Game Pass segue dando lucro, mesmo considerando a perda de vendas ocasionada pela inclusão de jogos de estúdios próprios diretamente na plataforma.

“O Xbox Game Pass é lucrativo, mesmo levando em conta as vendas perdidas dos times próprios, segundo fontes que conhecem o balanço de lucros e perdas do serviço”, explicou Christopher Dring em publicação recente.

Christopher Dring, jornalista especializado na indústria de jogos

Críticas de desenvolvedores e a visão da Arkane

Após as demissões, Raphaël Colantonio, fundador da Arkane Studios (subsidiária da Microsoft), criticou fortemente o Game Pass. Segundo ele, o modelo de assinatura estaria sendo artificialmente sustentado pela própria Microsoft, e, a longo prazo, seria prejudicial ao mercado e inviável sem grandes subsídios. Outro argumento vem da Larian, estúdio de Baldur’s Gate 3, que alegou que o Game Pass “canibaliza vendas” de jogos tradicionais.

“As preocupações com sustentabilidade são legítimas, mas fontes indicam que, mesmo com todos os desafios, a proposta do Game Pass continua a gerar receita positiva para a empresa.”

Relatório TechSpot, julho de 2025

Como a Microsoft calcula o lucro do Game Pass?

A Microsoft inclui no cálculo de rentabilidade do Game Pass taxas pagas a desenvolvedores terceiros, custos de marketing, custos operacionais do serviço e uma estimativa de receita potencial de consumidores que poderiam comprar os jogos de forma avulsa. Contudo, existe polêmica: os custos de desenvolvimento dos jogos exclusivos de estúdios da Microsoft (first-party) não são contabilizados na equação de rentabilidade do serviço, o que gera críticas sobre a real transparência dos números apresentados.

Boa parte dos jogos de sucesso disponíveis no Game Pass (como Forza, Avowed, Doom, Diablo e Call of Duty) também estão disponíveis para compra comum, DLCs e microtransações, o que dificulta isolar o impacto total da plataforma de assinatura nesses títulos.

Desempenho do Xbox e novas prioridades da Microsoft

No primeiro semestre de 2025, o número de assinaturas do Game Pass cresceu consideravelmente, e títulos publicados pela Microsoft estiveram entre os mais vendidos nos Estados Unidos. De acordo com a Circana, títulos como Call of Duty: Black Ops 6, Forza Horizon 5, Doom: The Dark Ages e The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered figuraram nas primeiras posições das vendas em maio de 2025, superados apenas por Elden Ring: Nightreign, da Bandai Namco.

Apesar do bom desempenho financeiro, o setor de Inteligência Artificial se tornou prioridade para a Microsoft. Muitos apontam que as recentes demissões estariam ligadas ao plano da empresa de investir US$ 80 bilhões em data centers focados em IA até 2025 – um valor que supera inclusive a mega-aquisição da Activision Blizzard, realizada pela própria Microsoft por US$ 69 bilhões em 2023.

“Há o receio de que, se dominar o mercado, a Microsoft possa aumentar os preços e reduzir a qualidade do Game Pass.”

Raphaël Colantonio, fundador da Arkane

O que esperar do futuro do Game Pass?

Enquanto o Game Pass segue lucrativo, os debates sobre o impacto do modelo de assinatura no mercado de jogos só aumentam. A conta real do serviço – especialmente considerando ou não os custos de desenvolvimento dos grandes títulos – permanece sob escrutínio e deve pautar futuras discussões sobre transparência da Microsoft e sustentabilidade do ecossistema de games por assinatura.

Considerações finais

O Game Pass representa uma nova era para acesso a jogos, sendo peça-chave da estratégia da Microsoft no setor. Lucrativo nas contas atuais da empresa e com ampla adoção, seu futuro – e o impacto real no mercado – dependerá de muito mais do que números de curto prazo, envolvendo o equilíbrio entre inovação, sustentabilidade e equilíbrio de interesses de desenvolvedores, jogadores e investidores.

  1. O Game Pass é realmente lucrativo para a Microsoft?

    Sim, fontes do setor indicam que o Game Pass gera lucro atualmente, considerando custos operacionais, pagamentos a estúdios terceirizados e receitas da base de assinantes. No entanto, há controvérsias, pois a Microsoft não inclui custos de desenvolvimento dos jogos próprios nessas contas. Ou seja, o modelo é lucrativo, mas parte dos gastos relevantes fica de fora da análise oficial, o que acirra o debate no mercado.

  2. Os jogos incluídos no Game Pass são exclusivos?

    Nem todos. Muitos títulos, como Call of Duty e Forza, também estão disponíveis para venda fora da plataforma, além de oferecerem DLCs e microtransações. Assim, a receita dos jogos mistura vendas tradicionais e rendimento do Game Pass, dificultando uma análise isolada de impacto do serviço nas vendas de cada título.

  3. O aumento das assinaturas influencia o preço do Game Pass?

    Com a base de assinantes crescendo, há previsões de que a Microsoft poderá revisar os preços do serviço futuramente, especialmente se monopolizar o mercado. Críticos alertam para o risco de elevação dos valores e possível redução de qualidade dos lançamentos no serviço, caso não haja concorrência significativa.

  4. As demissões impactam os jogos do Game Pass?

    Apesar das demissões de milhares de funcionários na divisão Xbox, a performance financeira do setor segue estável. O impacto direto sobre o conteúdo disponível ainda é incerto, mas a Microsoft afirma manter compromisso com o Game Pass e seus assinantes, destacando foco em inovação e oferta de títulos relevantes.

  5. Quais os riscos do modelo de assinatura para desenvolvedores?

    O principal risco apontado por desenvolvedores é a chamada ‘canibalização’ das vendas: parte do público deixa de comprar jogos para apenas assinar, o que pode afetar margens de lucro e investimentos futuros. O debate sobre o impacto do modelo nos estúdios, pequenas produtoras e na diversidade de jogos permanece aberto.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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