Arm C1 e Mali G1: nova geração para celulares
Arm anunciou as novas CPUs C1 e GPUs Mali G1 para celulares, com até 25% mais desempenho de CPU e 2x em ray tracing, chegando a partir de 2026. Os projetos servem de base a chips de Qualcomm, MediaTek e Samsung e compõem a plataforma móvel Lumex. A família C1 estreia com faixas Ultra, Premium, Pro e Nano, enquanto as GPUs Mali passam a adotar a série G1 (Ultra, Premium e Pro). Os ganhos declarados cobrem jogos, IA on-device e eficiência energética, com suporte à arquitetura armv9.3 e à extensão Scalable Matrix Extension 2 (SME2) em IA.
Atualizado: 11/09/2025, 16h43 (BRT)
Tabela de conteúdos
Arm C1: o que muda nos núcleos Ultra, Premium, Pro e Nano
Os núcleos Arm C1 são baseados na arquitetura armv9.3 e trazem suporte à SME2, extensão matricial escalável que acelera operações de IA (matrizes, tensores) e outras cargas vetoriais. A linha é segmentada para atender diferentes faixas de dispositivos, sempre com foco em combinar desempenho de pico com eficiência. Principais perfis:
- C1-Ultra: topo de linha, com até 25% mais desempenho em thread única frente ao Cortex-X925 (geração anterior).
- C1-Premium: arquitetura semelhante ao Ultra, porém com área 35% menor, reduzindo custo e consumo para tarefas intensas, mas não de pico.
- C1-Pro: voltado ao intermediário, entrega até 16% mais desempenho vs. Cortex-A725 ou o mesmo desempenho com 12% melhor eficiência energética.
- C1-Nano: foco em eficiência e dispositivos acessíveis; até 26% melhor eficiência vs. Cortex-A520.
Como nas gerações atuais, fabricantes podem combinar diferentes classes de núcleos em um mesmo SoC (sistema em um chip). Um celular premium, por exemplo, pode adotar dois C1-Ultra para picos e seis C1-Pro para tarefas sustentadas, equilibrando tempo de resposta, autonomia e dissipação térmica.

Mali G1: avanços em jogos e ray tracing
A nova geração de GPUs móveis mantém a marca Mali e ganha a série G1, com três degraus de recursos e contagem de shaders escaláveis:
- Mali G1-Ultra: 10 a 24 núcleos de shader; foco em jogos pesados e recursos gráficos avançados.
- Mali G1-Premium: 6 a 9 núcleos; mira a faixa alta-intermediária com custo/benefício melhor.
- Mali G1-Pro: 1 a 5 núcleos; atende dispositivos de entrada e intermediários.
Segundo a Arm, a G1-Ultra oferece até 20% mais desempenho em jogos frente à G925 e duplica a velocidade de ray tracing em cenários específicos. Em termos práticos, isso significa sombras, reflexos e iluminação mais realistas com menor custo energético, permitindo taxas de quadros mais altas ou maior qualidade visual em títulos otimizados.

Lumex: a plataforma que combina C1 e G1
Quando aplicados a dispositivos móveis, os projetos de CPU e GPU formam a plataforma Lumex, sucessora lógica das bases usadas por grandes fornecedores de SoCs. É sobre essa plataforma que empresas como Qualcomm, MediaTek e Samsung T&S podem desenvolver soluções proprietárias (com blocos de modem, NPU, ISP, segurança) e personalizações de firmware, entidades de escalonamento de tarefas e drivers gráficos.
O calendário típico do setor sugere que os primeiros smartphones comerciais com C1 e G1 devem aparecer a partir de 2026, com amostras de engenharia antes disso. A efetiva percepção de ganhos dependerá de como cada fabricante configura o cluster (por exemplo, 2× C1-Ultra + 6× C1-Pro), dos limites térmicos do chassi, do processo de fabricação (nó de litografia) e da otimização de jogos e apps.
Impacto em IA, bateria e experiência
Com SME2, as CPUs C1 aceleram multiplicações de matriz e operações vetoriais, típicas de IA generativa, visão computacional e filtros multimídia. Em paralelo, a evolução das GPUs G1, somada a NPUs dedicadas dos fabricantes, deve melhorar a inferência on-device (tradução, sumarização, geração de imagens e áudio), reduzindo latência e dependência da nuvem.
Na prática, espera-se melhor autonomia quando tarefas de segundo plano são migradas para núcleos mais eficientes (C1-Pro e C1-Nano) e bom desempenho instantâneo em picos nos C1-Ultra. Em jogos, a G1-Ultra tende a entregar quadros mais estáveis, com ray tracing mais acessível e técnicas de upscaling temporal/espacial cada vez mais difundidas nos motores gráficos móveis.
Nomenclatura: do Cortex/Immortalis ao C1/G1
A Arm aposenta os rótulos Cortex-X e Cortex-A para seus novos núcleos de CPU e adota a família C1, distribuída em quatro categorias (Ultra, Premium, Pro e Nano) que sinalizam função e eficiência. No lado gráfico, a marca Mali permanece, mas a geração assume o sufixo G1 (Ultra, Premium e Pro). O objetivo é simplificar a comunicação com o mercado, sem alterar o modelo de licenciamento: os parceiros continuam livres para compor e personalizar SoCs com diferentes quantidades e combinações de núcleos.
Dados, evidências e limites
Os números de desempenho citados são metas e resultados internos divulgados pela Arm para comparações específicas, normalmente em cargas sintéticas e workloads representativos. Os resultados finais dependem de clocks, TDP, litografia, memória e software do dispositivo comercial.
Componente | Referência anterior | Ganho declarado |
C1-Ultra (CPU) | Cortex-X925 | +25% em thread única |
C1-Pro (CPU) | Cortex-A725 | +16% desempenho ou 12% eficiência |
C1-Nano (CPU) | Cortex-A520 | +26% eficiência energética |
Mali G1-Ultra (GPU) | G925 | +20% em jogos; 2× em ray tracing |
Segundo materiais técnicos da Arm (2025), os ganhos variam conforme a configuração do SoC, nó de fabricação, memória e otimização de software.
Fonte: Arm
Quando chegam os primeiros celulares com Arm C1 e Mali G1?
Resposta direta: A partir de 2026, conforme o cronograma do setor. Expansão: Protótipos e amostras aparecem antes, mas aparelhos comerciais com SoCs baseados em C1 e G1 tendem a estrear em 2026, variando por fabricante e região. Validação: Informação com base nos anúncios da Arm e no ciclo típico de integração de IPs em SoCs móveis.
Qual a diferença entre C1-Ultra, Premium, Pro e Nano?
Resposta direta: São perfis de desempenho e eficiência distintos. Expansão: Ultra mira pico de performance; Premium reduz área e custo mantendo alto nível; Pro equilibra desempenho/eficiência para intermediários; Nano prioriza baixo consumo e custo. Validação: Classificações e metas de ganho foram divulgadas pela Arm para orientar OEMs.
O que é SME2 e como ajuda em IA no celular?
Resposta direta: É uma extensão para acelerar operações matriciais. Expansão: A Scalable Matrix Extension 2 amplia throughput em multiplicações e tensores, comuns em IA generativa e visão computacional, reduzindo latência e consumo. Validação: Recurso integra a arquitetura armv9.3 e foi destacado pela Arm para cargas de IA on-device.
As GPUs Mali G1 melhoram o ray tracing nos jogos?
Resposta direta: Sim, com promessa de até 2x mais velocidade. Expansão: A Mali G1-Ultra traz otimizações que dobram o desempenho de ray tracing frente à G925, permitindo reflexos e iluminação mais realistas, dependendo da otimização do jogo. Validação: Dados de referência foram comunicados pela Arm para cenários específicos, sujeitos a variações.
Considerações finais
A transição para Arm C1 (CPUs) e Mali G1 (GPUs) marca uma mudança de geração importante para o Android, com um pacote de melhorias tangíveis em CPU, gráficos e IA. Para usuários, os efeitos devem aparecer em dois eixos: mais velocidade nos picos, com melhor manutenção de desempenho sob carga contínua, e ganhos de eficiência que preservam a bateria. Para o ecossistema, a nova nomenclatura simplifica a leitura do mercado — Ultra/Premium/Pro/Nano no CPU e Ultra/Premium/Pro no GPU —, enquanto a plataforma Lumex oferece uma base mais clara de evolução. Como sempre, o veredito final dependerá das implementações dos fabricantes e de testes independentes; por ora, os números sugerem uma atualização promissora para os topos e intermediários de 2026.