NoticiasTecnologia

Instagram não escuta seu microfone, diz Adam Mosseri

Adam Mosseri, CEO do Instagram, afirmou em vídeo que a rede social instagram não escuta seu microfone do seu celular para direcionar anúncios. Enquanto isso, a Meta confirmou que conversas com a Meta AI passarão a influenciar a segmentação de anúncios em suas plataformas a partir de 16 de dezembro (com exceções regionais). Entenda o que muda para a sua privacidade e como isso afeta a publicidade no Instagram, WhatsApp, Messenger e Facebook.

O que Mosseri disse sobre o microfone do Instagram

No vídeo publicado em sua conta, Mosseri foi direto: “Eu juro, nós não escutamos o seu microfone”. Segundo ele, capturar áudios em segundo plano para publicidade seria uma violação de privacidade e também tecnicamente inviável em uso contínuo.

  • Bateria e desempenho: manter o microfone ativo o tempo todo causaria drenagem acentuada de bateria e impacto de desempenho perceptível no celular.
  • Indicadores do sistema: desde iOS 14 e Android 12, há um ponto indicador (verde/laranja) que aparece quando câmera ou microfone estão em uso. Se o Instagram estivesse ouvindo, você veria esse alerta.

Então por que, às vezes, você vê um anúncio sobre um produto minutos depois de conversar sobre ele pessoalmente? Mosseri aponta hipóteses plausíveis e que não dependem de “escuta” ativa:

  • Atividade prévia: você pesquisou ou visitou uma página do produto e esse site compartilhou dados com a Meta (por exemplo, via pixel).
  • Interesse social: amigos e perfis parecidos com você estão buscando o tema; o assunto “contamina” seu feed porque ganhou relevância no seu círculo.
  • Exposição esquecida: você viu um anúncio antes, não registrou conscientemente, e o mencionou numa conversa casual — depois, o mesmo anúncio volta a aparecer.

“Usar o microfone de maneira contínua gastaria muita bateria e geraria indicadores visuais. Não fazemos isso para anúncios.”

Adam Mosseri, CEO do Instagram

Meta AI entrará na segmentação de anúncios

Separando os temas: se a Meta diz que não usa o microfone, ela já confirma outra mudança de publicidade baseada em IA. A empresa atualizará a política de privacidade para incluir interações com a Meta AI (o assistente disponível em WhatsApp, Messenger, Instagram e Facebook) no conjunto de sinais de segmentação. A mudança passa a valer a partir de 16 de dezembro, com exceções legais.

Onde vale: a regra será aplicada globalmente, exceto na Coreia do Sul, Reino Unido e União Europeia, regiões com leis de proteção de dados que restringem esse tipo de coleta. Usuários serão notificados da mudança nas próximas semanas.

Sem opt-out: não haverá um botão para desativar o uso de conversas com a Meta AI na publicidade. A companhia afirma, porém, que temas sensíveis não entram no direcionamento — por exemplo, religião, orientação sexual, opiniões políticas, saúde, origem étnica/racial, crenças filosóficas e participação sindical. Segundo a Meta, não há planos imediatos de exibir anúncios diretamente dentro da interface do assistente.

O que muda para você na prática

  • Mais sinais para anúncios: seus prompts e respostas na Meta AI podem reforçar a compreensão de interesses e intenções publicitárias.
  • Sem desativar por completo: não há como impedir especificamente o uso dessas conversas (fora das regiões isentas). Para evitar, a alternativa é não usar o assistente.
  • Controles existentes: ainda é possível gerenciar preferências de anúncios, ver tópicos de interesse e limitar categorias sensíveis nas configurações do Facebook e Instagram.
  • Transparência de atividade: revise a seção “Sua atividade com anúncios” e as opções de personalização disponíveis nas contas Meta.

Por que os boatos sobre “escuta” persistem

A sensação de que o celular escuta conversas privadas é um viés cognitivo alimentado por três fatores: o volume de dados comportamentais que as plataformas reúnem, a capacidade de correlação dos sistemas de anúncios e a memória seletiva do usuário. Essa combinação cria coincidências aparentemente “mágicas”. Na prática, a Meta já nega desde 2016 o uso do microfone para personalizar o feed e os anúncios, e aponta que não precisa disso para alcançar alta precisão publicitária.

Leis e exceções regionais

As exclusões da União Europeia, Reino Unido e Coreia do Sul refletem ambientes regulatórios mais rígidos. Normas como o GDPR exigem base legal clara para processamento de dados e impõem limites a perfis algorítmicos sensíveis. Nesses mercados, a Meta costuma introduzir modelos alternativos ou reduzir o escopo de coleta para cumprir a lei.

Ponto-chave sobre fala de CEO que Instagram não escuta seu microfone

Não há evidência técnica de escuta permanente do microfone pelo Instagram; por outro lado, a Meta AI vira oficialmente sinal de segmentação publicitária fora das regiões isentas.

Boas práticas de privacidade no Instagram

  1. Revise as Preferências de anúncios e desative categorias com as quais não quer interagir.
  2. Use as configurações de atividade fora da Meta para limpar eventos de sites e apps conectados.
  3. Gerencie permissões de microfone e câmera no Android/iOS para uso apenas quando necessário.
  4. Monitore o histórico de interações com anúncios e ajuste os tópicos de interesse.

  1. O Instagram escuta meu microfone para anúncios?

    Resposta direta: não. O Instagram não usa o microfone do seu celular para direcionar anúncios. Expansão: manter a escuta ativa drenaria a bateria e acionaria indicadores de uso no Android e iOS (ponto verde/laranja). A segmentação se baseia em sinais como atividade em sites/apps, interesses e interações. Validação: a Meta nega publicamente essa prática desde 2016 e reforça as limitações técnicas.

  2. Posso impedir que a Meta use conversas com a Meta AI na segmentação?

    Resposta direta: não há opt-out dedicado. Expansão: fora da UE, Reino Unido e Coreia do Sul, as interações com a Meta AI entram como sinal de anúncios a partir de 16/12. Você ainda pode ajustar preferências de anúncios e limitar categorias sensíveis. Validação: a Meta afirma não usar temas sensíveis (religião, política, saúde etc.) para esse fim e notificará os usuários.

  3. Em quais países a mudança não vale?

    Resposta direta: na União Europeia, Reino Unido e Coreia do Sul. Expansão: essas regiões têm regras rígidas de proteção de dados que restringem o uso de conversas de IA para publicidade. Validação: a Meta cita conformidade regulatória como motivo para as exceções regionais.

  4. O que a Meta considera tema sensível?

    Resposta direta: conteúdo pessoal e protegido por lei. Expansão: religião, orientação sexual, saúde, raça/etnia, visões políticas, crenças filosóficas e participação sindical não entram na segmentação publicitária. Validação: a política da Meta declara o bloqueio dessas categorias em anúncios baseados em IA.

  5. Como controlar os anúncios que vejo no Instagram?

    Resposta direta: use as preferências de anúncios. Expansão: acesse configurações do Instagram/Facebook para revisar tópicos de interesse, atividade com anúncios e limites de categorias. Validação: os painéis de transparência da Meta permitem ver e ajustar a personalização sem desinstalar o app.

Considerações finais

A declaração de Adam Mosseri reforça que o Instagram não escuta seu microfone para publicidade — algo que faria pouco sentido técnico e seria invasivo. Ao mesmo tempo, a Meta abre uma nova frente: usar conversas com a Meta AI como sinal de segmentação a partir de 16 de dezembro, com exceções em mercados regulados. Se você se preocupa com privacidade, vale revisar as preferências de anúncios, gerenciar permissões do sistema e, se necessário, evitar interações com o assistente de IA fora das regiões isentas.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x