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Chatbots da Meta agora enviam mensagens primeiro

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Meta começou a testar chatbots proativos que entram em contato com usuários no Facebook Messenger, WhatsApp e Instagram sem serem solicitados. A novidade, revelada por documentos vazados e confirmada pela empresa, busca aumentar o engajamento ao permitir que os bots — criados na plataforma Meta AI Studio — retomem conversas por até 14 dias, desde que o usuário tenha enviado ao menos cinco mensagens nesse período.

A iniciativa segue a estratégia de Mark Zuckerberg de combater a “epidemia de solidão”, mas também fortalece o principal motor de receita do grupo: anúncios direcionados. Especialistas alertam para riscos de privacidade, segurança e possíveis impactos sobre públicos jovens. A seguir, detalhamos funcionamento, benefícios, perigos e implicações dessa aposta de inteligência artificial generativa.

Ilustração de chatbots da Meta enviando mensagens para usuários
Imagem: Meta/Divulgação

Como funcionam os novos chatbots proativos

A lógica é simples: depois que o usuário inicia uma conversa e troca pelo menos cinco mensagens, o bot pode emitir até um lembrete ou pergunta adicional dentro de duas semanas. Caso não receba resposta, ele silencia. Exemplo real: o persona “Maestro of Movie Magic” pergunta se você precisa de trilhas sonoras para a próxima sessão de cinema em casa. Nas entrelinhas, o sistema:

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  • Armazena contexto e preferências declaradas.
  • Dispara texto gerado por IA usando modelos da família Llama.
  • Respeita uma janela temporal de 14 dias para privacidade.
  • Permite criadores manterem o bot privado ou divulgá-lo por stories e links.

A Meta afirma que não exibirá propagandas dentro dessas mensagens — pelo menos por enquanto. No entanto, documentos judiciais indicam projeção de até US$ 3 bilhões em renda de IA já em 2025, saltando para US$ 1,4 trilhão até 2035, parte dela advinda de acordos de revenue share e, possivelmente, anúncios embutidos nos assistentes virtuais.

Por que a Meta aposta na interação espontânea

No ecossistema Meta, engajamento é sinônimo de receita publicitária. Quanto mais tempo o usuário permanece em tela, maior a chance de ver anúncios. Chatbots que puxam conversa funcionam como gatilhos de retorno, semelhantes às notificações de amigos ou curtidas. Além disso, a empresa segue tendências de mercado já exploradas por startups como Character.AI e Replika, especializadas em companheiros de IA que enviam mensagens sem comando prévio. O diferencial de Zuckerberg é a integração direta aos 3,24 bilhões de pessoas que usam as redes da Meta mensalmente.

Riscos de segurança, privacidade e bem-estar

“Respostas de IA podem ser imprecisas ou inadequadas e não devem servir para decisões importantes.”

Disclaimers oficiais da Meta

O alerta acima aparece nos termos de uso publicados pela companhia. O caso da Character.AI, processada após um bot supostamente contribuir para o suicídio de um adolescente, expõe o potencial de dano. Entre os principais pontos de atenção:

  • Idade mínima indefinida: Meta não esclarece limite para menores, apesar de leis locais em Tennessee e Porto Rico imporem restrições.
  • Armazenamento de dados sensíveis: preferências, histórico de saúde ou finanças podem ser “lembrados”.
  • Confusão com profissionais reais: disclaimers alertam que bots não substituem médicos, psicólogos ou advogados.
  • Vazamento de informações: modelos generativos podem reproduzir dados privados em novos contextos.

Especialistas em ética digital sugerem implementação de verificações de idade, limitação de tópicos sensíveis por padrão e auditorias independentes para reduzir riscos.

Impacto para anunciantes e receita da Meta

Segundo projeções apresentadas em processo antitruste nos EUA, a Meta estima que produtos de IA gerativa respondam por US$ 2 a 3 bilhões de faturamento já no próximo ano. A longo prazo, “assistentes conversacionais” podem:

  • Exibir respostas patrocinadas (“Você mencionou cinema; confira ingressos com 20% de desconto”).
  • Oferecer upsell de assinaturas sem anúncios, replicando o modelo freemium do Instagram.
  • Integrar-se ao Horizon Worlds e impulsionar vendas virtuais de itens 3D.

Para marcas, a promessa é acesso a conversas mais qualificadas e dados de preferência em tempo real, gerando campanhas de micro-segmentação ainda mais precisas — um prato cheio para debates regulatórios sobre privacidade.

Como criar e controlar seu bot na AI Studio

Usuários com perfis de criador ou conta empresarial já podem acessar o Meta AI Studio (beta) e seguir estes passos:

  • Definir persona, tom e objetivos (ex.: “chef vegano”, “treinador de corrida”).
  • Treinar exemplos de diálogo e tópicos a evitar.
  • Configurar regras de privacidade: público, privado ou por convite.
  • Publicar link ou integrar ao perfil.
  • Monitorar analytics de engajamento e editar rotinas.

Se o usuário mudar de ideia, pode desativar o bot a qualquer momento no menu “Gerenciar AIs”. Conversas são armazenadas nos servidores da Meta, mas a empresa afirma que dados podem ser excluídos mediante solicitação, conforme políticas regionais.

Próximos passos e o pano de fundo regulatório

Nos EUA, o Congresso avalia congelar legislações estaduais sobre IA por até cinco anos, o que daria à Meta tempo para amadurecer produtos sem amarras locais. Já na União Europeia, a AI Act cria obrigações de transparência para chatbots de alto risco. O teste de proatividade será um termômetro de aceitação pública antes de um lançamento global. Fontes internas não descartam integração dos companheiros virtuais ao Horizon, o metaverso de realidade virtual corporativo da Meta.

Chatbots da Meta: Considerações finais

Os chatbots da Meta que tomam a iniciativa podem reduzir a solidão e ajudar criadores a manter comunidades engajadas. Contudo, repetem dilemas clássicos das redes sociais: dependência de atenção, coleta de dados e moderação de conteúdo. Consumidores devem avaliar se a conveniência compensa os riscos, enquanto reguladores precisam acompanhar de perto o impacto dessa nova camada de automação no discurso público.

Perguntas Frequentes chatbots da Meta

  1. Os chatbots da Meta enviam propaganda?

    Resposta curta: ainda não. A Meta diz que, nesta fase de testes, não há anúncios nos diálogos. Detalhe: documentos judiciais indicam planos futuros de monetização com respostas patrocinadas, então o cenário pode mudar. Validação: projeções internas apontam US$ 1,4 trilhão de receita de IA em 2035, indicando forte incentivo comercial.

  2. Posso impedir que o bot me envie mensagens?

    Resposta curta: sim. Basta silenciar ou bloquear o chatbot no app. Expansão: se você criou o bot, pode desativá-lo no Meta AI Studio. Validação: política oficial confirma que o bot cessa o contato se não houver resposta após o primeiro follow-up.

  3. Existe limite de idade para usar os chatbots?

    Resposta curta: a Meta não definiu limite global. Expansão: legislações locais como as de Tennessee e Porto Rico restringem interações de menores em alguns casos. Validação: página de ajuda da Meta cita conformidade com leis regionais, mas não impõe barreira universal.

  4. O bot pode dar aconselhamento profissional?

    Resposta curta: não. Disclaimers alertam que os chatbots não são profissionais. Expansão: recomenda-se buscar especialistas para decisões médicas, financeiras ou legais. Validação: texto oficial da Meta avisa que respostas podem ser imprecisas ou inadequadas.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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