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Cloudflare quebra recorde ao conter ataques DDoS de 29,7 Tbps

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A Cloudflare revelou em seu relatório de ameaças do 3º trimestre de 2025 que enfrentou um aumento sem precedentes nos ataques DDoS (negação de serviço distribuída), com picos extremos de 29,7 terabits por segundo (Tbps). Grande parte desse tráfego foi gerado pela botnet Aisuru, um conjunto coordenado entre 1 e 4 milhões de dispositivos comprometidos, capaz de gerar até 1 Tbps e 1 bilhão de pacotes por segundo (Bpps) por ataque.

Segundo o relatório, a empresa bloqueou 8,3 milhões de ataques no período — um aumento de 15% em relação ao trimestre anterior e 40% na comparação anual. Entre os setores mais afetados estavam telecomunicações, hospedagem de sites, bancos e plataformas de jogos online.

Crescimento alarmante dos ataques DDoS

Os ataques DDoS cresceram 54% neste trimestre, com uma média de 14 ataques diários de larga escala. O pico do trimestre — 29,7 Tbps — é o maior já registrado na história da Cloudflare, e representa um salto tecnológico preocupante na capacidade de ataque das botnets modernas.

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O tráfego malicioso contra empresas de inteligência artificial teve aumento de 347%, reflexo direto da valorização desse setor no mercado global e das tensões comerciais entre os EUA e a China. O relatório também mostra um crescimento expressivo dos ataques voltados aos setores de mineração, metalurgia e automóveis.

Botnet Aisuru: o motor por trás dos ataques em massa

A chamada botnet Aisuru é hoje uma das maiores ameaças digitais do planeta. Formada por milhões de dispositivos IoT comprometidos, a rede é oferecida no mercado clandestino como “DDoS as a Service” — em tradução livre, DDoS como serviço. Por algumas centenas ou milhares de dólares, qualquer hacker pode alugar parte da estrutura da Aisuru para realizar um ataque de alto volume contra empresas ou governos.

Somente em 2025, a Cloudflare relatou ter mitigado 2.867 ataques associados à botnet, sendo 1.304 classificados como hiper volumétricos.

Setores afetados e dados globais preocupantes

Os setores automotivo e de mineração subiram rapidamente no ranking de alvos DDoS. O automotivo, por exemplo, agora ocupa a sexta posição global em ocorrências, impulsionado por disputas comerciais ligadas à exportação de veículos elétricos e terras raras. Já o setor de cibersegurança surpreendeu ao alcançar o 13º lugar.

Setores afetados e dados globais preocupantes no Cloudflare

A Indonésia segue como principal origem dos ataques, com uma elevação de 31.900% no tráfego DDoS HTTP desde 2021. Esse fenômeno é alimentado por provedores locais comprometidos e dispositivos residenciais infectados que transformam o país em um epicentro de ameaças cibernéticas globais.

Ataques mais curtos, mas devastadores

De acordo com o relatório, 71% dos ataques HTTP e 89% dos ataques a nível de rede duram menos de dez minutos, mas isso não os torna menos perigosos. Mesmo ataques curtos conseguem causar indisponibilidades generalizadas e danos financeiros consideráveis, já que as operações de restauração podem levar horas ou até dias.

Além da alta frequência, observou-se um aumento de 189% nos ataques acima de 100 Mbps e de 227% nas ofensivas acima de 1 Tbps. Tais avanços refletem uma sofisticação tecnológica crescente e exigem respostas mais rápidas de infraestrutura para neutralização.

Perspectivas e recomendações de segurança

Especialistas alertam que a escalada deve continuar em 2026, especialmente com a popularização da IA generativa e o aumento da superfície de ataque em redes corporativas. Empresas e governos precisam adotar estratégias de mitigação em múltiplas camadas, combinando firewalls adaptativos, proteção de DNS e mitigação em nuvem.

A Cloudflare recomenda a implementação de proteções locais e o uso de soluções on-demand para lidar com picos inesperados, reforçando que os ataques atuais são não apenas maiores, mas também mais inteligentes e direcionados.

Perguntas Frequentes

  1. O que é um ataque DDoS?

    Um ataque DDoS (Distributed Denial of Service) é uma ofensiva coordenada que sobrecarrega um servidor ou rede com tráfego falso, levando à queda de serviços e interrupção de operações online.

  2. O que é a botnet Aisuru?

    A Aisuru é uma rede global de dispositivos comprometidos utilizados ilegalmente para disparar ataques DDoS massivos, muitos deles vendidos como serviço para hackers no mercado clandestino.

  3. Quais setores mais sofrem com ataques DDoS?

    Atualmente, os setores automotivo, de mineração, metalurgia, serviços financeiros, telecomunicações e IA generativa estão entre os mais visados globalmente.

  4. Como se proteger de ataques DDoS?

    Empresas devem adotar soluções de mitigação baseadas em nuvem, firewalls de aplicação web (WAF) e políticas de resposta automatizadas. Usuários individuais devem manter dispositivos IoT atualizados e seguros.

Considerações finais

O recorde de ataques DDoS bloqueados pela Cloudflare ilustra a gravidade da guerra cibernética atual. A industrialização dessas ofensivas, alimentada por botnets como a Aisuru e pelo crescimento dos serviços de IA, exige vigilância constante e investimento em segurança digital robusta. No cenário global de 2025, quem não evoluir com a mesma velocidade dos ataques estará sempre um passo atrás.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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