Bilhões de cookies roubados 2025: Alerta de Segurança
Mais de 93,7 bilhões de cookies roubados estão disponíveis nos mercados obscuros, com cerca de 7 a 9% ainda ativos – um alerta urgente de que a session security está em risco. Especialistas enfatizam que, embora muitos desses tokens contenham apenas dados de identificação, alguns armazenam informações cruciais de sessões, permitindo que cibercriminosos acessem contas sem a necessidade de login.
A seguir, exploramos as origens desse fenômeno, os métodos de obtenção e as implicações para usuários e organizações, além de oferecer dicas práticas para reduzir a exposição a esses riscos críticos.
Tabela de conteúdos
Contexto e Origem dos Cookies Roubados
Recentes investigações, realizadas por especialistas como Adrianus Warmenhoven da NordVPN, apontam que os cookies – originalmente implementados para facilitar a experiência dos usuários em sites – se tornaram uma vulnerabilidade significativa quando ficam nas mãos erradas.
Em marketplaces presentes tanto na dark web quanto em grupos do Telegram, os hackers comercializam esses tokens roubados. Dados recentes indicam que, apesar da maioria conter informações de identificação (ID data), um número expressivo de cookies inclui detalhes sobre sessões web, o que os torna altamente atrativos para cibercriminosos.
Assim, a facilidade de interceptação de cookies por meio de infostealer malware, como o Redline, Vidar, LummaC2 e Meta, transforma um elemento corriqueiro em uma importante porta de entrada para ataques sofisticados.
Detalhes Técnicos e Tipos de Dados Expostos
Estudos recentes revelam que aproximadamente 90,25% dos cookies roubados armazenam somente os dados de identificação do usuário, que são utilizados para entregar publicidade segmentada. Contudo, cerca de 0,5% desses tokens podem conter informações pessoais, como nomes, endereços, e-mails e números de telefone.
O verdadeiro risco, entretanto, está associado aos cookies que contêm detalhes das sessões: mais de 1,2 bilhão destes ainda estão disponíveis para compra. Quando um cookie de sessão é interceptado, o invasor consegue assumir a identidade digital da vítima e acessar contas, sistemas corporativos e serviços bancários, muitas vezes contornando a autenticação multifator (MFA).
A predominância de infostealer malware – com o Redline estando vinculado a 44% dos casos, seguido pelo Vidar, LummaC2 e Meta – evidencia que os métodos de extração de cookies evoluíram. Conforme foi relatado em investigações anteriores, como os desdobramentos de apreensões lideradas pelo FBI, a crescente sofisticação dessas ferramentas coloca um fardo ainda maior sobre a segurança digital global.
Impactos para Usuários e Organizações
Aproveitar cookies roubados para assumir sessões digitais não é apenas uma ameaça a perfis pessoais, mas também a organizações inteiras. No cenário corporativo, onde muitos sistemas dependem de tokens para autenticação única (SSO), um atacante pode mover-se lateralmente na rede interna após comprometer um único token, expondo dados sensíveis e potencialmente desencadeando ataques de ransomware. Além disso, a possibilidade de utilizar cookies para acessar serviços bancários e e-mails pessoais amplia o escopo do impacto, elevando os riscos tanto para empresas quanto para indivíduos.
Enquanto alguns analistas afirmam que o risco de exposição de dados pessoais críticos é baixo, dada a minoria dos cookies com informações completas, o preço a pagar com a violação de sessões pode ser alto. Especialistas ressaltam a importância de estratégias preventivas, que não se limitam apenas à proteção contra malware, mas que também envolvem a revisão dos hábitos de aceitação de cookies pelos usuários.
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Ações e Reações das Autoridades e da Indústria
Em resposta ao aumento na comercialização de cookies roubados, diversas iniciativas de fiscalização têm sido implementadas. Autoridades, em conjunto com grandes empresas de tecnologia, já realizaram operações que interromperam marketplaces ilícitos. Por exemplo, takedowns inspirados no estilo Sesame Street mobilizados pelo FBI visaram desmantelar redes de distribuição de dados roubados, enquanto gigantes da tecnologia, como o Google, reformularam suas estratégias de autenticação para mitigar os riscos, conforme ilustrado em atuais atualizações de segurança.
Além disso, medidas de limitamento têm sido descritas em operações recentes, como a ação contra o serviço de infostealer Lumma, relatada em disrupções efetuadas por autoridades. Tais iniciativas mostram que, embora os cibercriminosos encontrem maneiras de contornar os sistemas de segurança, há um esforço coordenado para encerrar essas atividades ilícitas.
Dicas Práticas para Proteção contra Roubo de Cookies
Para reduzir o risco de exposição, especialistas recomendam uma abordagem multifacetada. Em primeiro lugar, é essencial que os usuários revisem as configurações de privacidade e evitem aceitar cookies desnecessários – especialmente de terceiros – que rastreiam comportamentos. A mensagem da NordVPN é clara: “Pense duas vezes antes de aceitar os cookies.”
Outra estratégia vital é manter sistemas e navegadores atualizados. Atualizações regulares e a limpeza do cache e do histórico do navegador ajudam a minimizar o tempo de validade das sessões ativas, reduzindo a janela para ataques. Além disso, a utilização de ferramentas antivírus confiáveis e a prática de boa higiene digital podem prevenir infecções por malware, como evidenciado em relatos de aumento no uso de infostealer malware.
Por fim, para empresas, recomenda-se a implementação de soluções robustas de segurança, incluindo a autenticação multifator aprimorada e a segmentação de redes. A combinação dessas medidas pode reduzir significativamente os riscos associados à exploração de cookies roubados, protegendo simultaneamente dados pessoais e corporativos.
Conclusão e Reflexões Finais
A proliferação de cookies roubados sinaliza não só uma falha técnica, mas também uma mudança no perfil das ameaças cibernéticas modernas. Enquanto o avanço das operações de fiscalização e as atualizações das medidas de segurança ajudam a conter essa onda, a conscientização dos usuários sobre as práticas de aceitação de cookies e a manutenção de dispositivos seguros permanecem essenciais. A colaboração entre órgãos de segurança, empresas de tecnologia e o próprio usuário final é indispensável para transformar esses tokens digitais de uma conveniência em uma vulnerabilidade explorável, revertendo a tendência que coloca em risco a session security em escala global.
Com o ritmo acelerado em que os hackers evoluem, o investimento contínuo em educação digital e na implementação de práticas seguras pode ser a melhor defesa contra as ameaças emergentes. A lição é clara: cada cookie conta, e a proteção dos dados depende, em grande parte, de escolhas conscientes e informadas.