NoticiasTecnologia

Extensões maliciosas espiam 4,3 mi no Chrome e Edge

PUBLICIDADE

Uma investigação da empresa de segurança cibernética Koi revelou que extensões instaladas no Google Chrome e no Microsoft Edge foram usadas em uma extensa operação de espionagem digital. O grupo hacker ShadyPanda conseguiu infiltrar códigos maliciosos em complementos legítimos, afetando mais de 4,3 milhões de usuários em todo o mundo. As principais extensões envolvidas foram a Clean Master e a WeTab.

Extensões maliciosas: Campanha de espionagem durou sete anos

sDe acordo com o relatório da Koi, a operação, batizada de “Shadow Extension Campaign”, esteve ativa por mais de sete anos. Durante esse período, as extensões foram disponibilizadas como ferramentas legítimas de produtividade e limpeza de navegador. Após conquistarem milhões de downloads e avaliações positivas, os hackers liberaram atualizações com malwares e backdoors projetados para coletar informações e executar códigos remotamente.

Os principais alvos foram as marcas Clean Master (da Starlab Technology) e WeTab. Ambas as extensões obtiveram selos de destaque nas lojas oficiais de navegadores, aumentando ainda mais sua credibilidade. Em 2024, atualizações posteriores começaram a monitorar discretamente o comportamento dos usuários, enviando dados para servidores localizados na China.

PUBLICIDADE
Representação artística de um vírus digital infiltrando sistema por meio de uma extensão de navegador.
Extensões se passavam por ferramentas legítimas antes de inserir códigos espiões

Como as extensões funcionavam para coletar dados

A Koi identificou que os invasores utilizaram técnicas avançadas para escapar da detecção. Enquanto o envio inicial das extensões passava por verificação rigorosa das lojas, as atualizações posteriores nem sempre eram analisadas com o mesmo cuidado — uma brecha explorada habilmente pelo grupo.

  • Clean Master: com mais de 300 mil usuários, adicionou um backdoor em 2024. O código injetava scripts em conexões HTTPS e permitia vigilância constante do histórico de navegação.
  • WeTab: ultrapassou 3 milhões de instalações. Disfarçada de ferramenta de produtividade, capturava pesquisas e cookies enviando para 17 domínios, incluindo servidores da Baidu.

Entre os dados coletados estavam o histórico completo de URLs, identificadores de dispositivo, fingerprints, e carimbos de hora, que permitiam traçar perfis de comportamento. Em alguns casos, o código malicioso se desativava automaticamente quando o usuário abria o modo desenvolvedor — comportamento projetado para evitar a descoberta por especialistas.

Microsoft e Google reagiram rapidamente

Assim que o caso veio à tona, porta-vozes do Google e da Microsoft confirmaram a remoção imediata das extensões da Chrome Web Store e da loja do Edge, respectivamente. Em comunicado ao portal The Register, o Google afirmou que as ferramentas já não estavam disponíveis para novos usuários.

A Microsoft reforçou que está revisando suas políticas de atualização para evitar novos abusos. No entanto, a Koi alerta: extensões já instaladas permanecem ativas até que o usuário as remova manualmente. Recomenda-se revisar as permissões no menu de extensões e excluir todas as que apresentem comportamento suspeito.

Impactos e precedentes de ataques via Extensões maliciosas

O caso ShadyPanda não é isolado. Segundo a Koi, o grupo já esteve envolvido em fraudes utilizando extensões de papéis de parede que desviavam comissões de programas de afiliados em plataformas como Amazon e eBay. Além disso, já criaram sequestradores de navegador que redirecionavam buscas para sites falsos.

Como se proteger dessas ameaças

  • Evite instalar extensões de fontes desconhecidas e verifique sempre o desenvolvedor.
  • Desconfie de permissões excessivas como acesso total a sites visitados.
  • Atualize o navegador regularmente e confira se há extensões em execução sem uso frequente.
  • Use antivírus com proteção web ativa para detectar scripts suspeitos.

Usuários que possuam as extensões Clean Master ou WeTab devem desinstalá-las imediatamente. A Koi recomenda abrir o gerenciador de extensões em chrome://extensions/ ou edge://extensions/ e buscar por comportamentos anômalos, como consumo elevado de CPU.

Perguntas frequentes Extensões maliciosas

  1. Como saber se o Chrome foi infectado?

    Verifique extensões instaladas recentemente e desative qualquer uma que não reconheça. Use antivírus atualizado e ferramentas de varredura de URL para detectar spyware ou backdoors ativos.

  2. As extensões Clean Master e WeTab ainda são seguras?

    Não. Ambas foram confirmadas como maliciosas pela empresa Koi e removidas das lojas oficiais. Usuários devem desinstalá-las manualmente para eliminar o risco de espionagem.

  3. O que fazer se meu navegador foi comprometido?

    Remova todas as extensões suspeitas, redefina o navegador para o padrão e modifique senhas de contas utilizadas. Em casos graves, reinstale o navegador e revise permissões de aplicativos conectados.

Considerações finais

O caso evidencia como campanhas persistentes e discretas de ciberespionagem podem explorar a confiança dos usuários em ferramentas aparentemente inofensivas. Embora extensões de navegador sejam úteis, a história do grupo ShadyPanda serve como alerta sobre os riscos ocultos. A responsabilidade de manter um ambiente digital seguro é compartilhada entre os desenvolvedores, as plataformas e cada usuário.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x