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Facebook unifica vídeos em Reels; veja mudanças

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O Facebook anunciou nesta quarta-feira (18) que todos os vídeos publicados na plataforma passarão a ser classificados como Reels, encerrando a distinção entre vídeos tradicionais, lives e clipes curtos. A medida começa a valer globalmente nas próximas semanas e altera tanto a forma de publicação quanto de descoberta de conteúdo no feed. Para criadores e marcas, o novo modelo promete maior alcance orgânico — mas também impõe ajustes de estratégia e cuidado com as configurações de privacidade, já que Reels são públicos por padrão.

Por que o Facebook tomou essa decisão agora?

Desde 2020, o mercado de vídeo curto viu o TikTok crescer 160 % em usuários ativos, impulsionando outras redes a adotarem formatos verticais de clipes rápidos. O Instagram reagiu primeiro com os Reels de até 3 minutos. No Facebook, porém, permanecia a fragmentação: clipes curtos em um lugar, transmissões ao vivo em outro e vídeos longos em uma terceira aba (“Watch”). Segundo a Meta, a unificação atende a três objetivos estratégicos:

  • Simplificar a experiência, eliminando a escolha de formato na hora de postar.
  • Fortalecer o posicionamento frente ao TikTok, exibindo todos os vídeos em um feed otimizado para descoberta.
  • Impulsionar a monetização, já que Reels oferecem anúncios mid-roll e overlay mesmo em clipes curtos.

“Quando tudo é vídeo, não faz sentido manter três rótulos diferentes. Reels agora é sinônimo de conteúdo audiovisual no Facebook.”

Meta – Comunicado oficial, junho/2025

Reels sem limite de duração: o que muda na prática?

No Instagram, o usuário ainda encontra um teto de 3 minutos para Reels; no Facebook, entretanto, o tempo será ilimitado. Isso significa que um vlog de 25 minutos e um tutorial de 90 segundos aparecerão lado a lado no mesmo carrossel. Internamente, o algoritmo continuará avaliando watch time, taxa de retenção e engajamento para ranquear o conteúdo, mas agora com variáveis comuns entre todos os tipos de vídeo.

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Para criadores acostumados ao formato longo (entrevistas, podcasts filmados, webinars), a mudança representa mais exposição. Como o selo “Reels” recebe destaque no feed e na aba principal do app, mesmo vídeos horizontais e em resolução 16:9 tendem a ganhar impressão orgânica ampliada. Por outro lado, clipes curtos enfrentarão concorrência direta com produções extensas e terão de manter a retenção elevada para garantir visibilidade.

Unificação da produção de vídeo no cabeçalho do Facebook
imagem do facebook sobre a unificação

Fim da aba “Watch”: a nova jornada do usuário

A antiga seção “Watch” estreou em 2018 com a ideia de se tornar um “YouTube interno”. Com o baixo engajamento, a Meta optou por renomeá-la para “Vídeo” em 2022. Agora, o espaço assume de vez a marca Reels. Na prática, o usuário verá:

  • Feed vertical infinito (similar ao TikTok) para descoberta aleatória.
  • Guias temáticas baseadas em hashtags e interesses.
  • Seção “Seguindo” que prioriza páginas e perfis já curtidos.

A lógica é reduzir etapas: o usuário toca no ícone Reels, desliza para cima e consome vídeos sem distinção de formato. Lives continuarão existindo, mas assim que terminarem serão automaticamente arquivadas como Reels, preservando comentários e reações.

Impacto no Brasil: dados de consumo de vídeo em 2024–2025

O Brasil figura entre os cinco maiores mercados da Meta em tempo médio diário de vídeo: 65 minutos, segundo estudo We Are Social. A título de comparação, a média global é de 49 minutos. Com a unificação, especialistas preveem crescimento de até 18 % no watch time local ainda em 2025, impulsionado por:

  • Algoritmo unificado que promove Reels de forma mais agressiva.
  • Menos cliques até o conteúdo, reduzindo barreiras de entrada.
  • Adaptação rápida de criadores brasileiros, já experientes em vídeo curto.

Para marcas, o desafio será equilibrar conteúdo rápido (que gera awareness) e vídeos longos (que constroem autoridade), mantendo consistência visual. Agências de marketing digital apontam que a taxa de conclusão em vídeos acima de 10 minutos é de apenas 23 %. A recomendação é prever cortes verticais para públicos casuais, direcionando o usuário interessado para a versão completa dentro do mesmo Reel.

Privacidade em foco: como ficam os vídeos “apenas para amigos”?

Um ponto crítico da mudança é que Reels são públicos por padrão. Até então, grande parte dos usuários brasileiros compartilhava vídeos longos apenas com amigos ou grupos fechados. A Meta reconheceu o problema e anunciou um wizard de migração que exibirá lembretes para revisão de público. Ainda assim, vale ficar atento:

  • Antes de publicar, toque em “Quem pode ver este Reel” e defina se será público, amigos ou privado.
  • Vídeos antigos importados para Reels manterão as configurações originais, mas poderão perder parte das métricas de insights.
  • Páginas de marcas continuam públicas por definição; a revisão de privacidade afeta apenas perfis pessoais.

Monetização: oportunidades e desafios

A unificação facilita a entrada em programas de monetização porque unifica requisitos mínimos: 5 mil seguidores e 60 mil minutos assistidos em 60 dias. O CPM médio de Reels no Brasil gira entre US$ 1,10 e US$ 1,80, abaixo do YouTube, mas acima do TikTok. Para criadores que produziam apenas lives ou vídeos longos, a possibilidade de inserir anúncios overlay é um ganho imediato. No entanto, a concorrência deve aumentar: mais formatos competindo na mesma vitrine significam CPM pressionado.

Como se preparar: checklist rápido para criadores

  • Revisar biblioteca: converta miniaturas 16:9 em versões verticais para melhor visualização.
  • Segmentar capítulos: use timestamps para facilitar navegação em vídeos longos.
  • Adicionar legendas: 78 % dos brasileiros assistem sem áudio; legendas automáticas tendem a falhar em nomes próprios.
  • Planejar cortes: se o material ultrapassar 3 minutos, crie destaques de 30 s a 1 min como teasers.
  • Testar formatos: experimente publicar trechos horizontais e verticais para medir retenção.

Lembre-se de que o algoritmo privilegia diversidade. Mesclar tutoriais, bastidores e cortes de lives ajuda a manter engajamento sem saturar o feed de um único estilo.

Possíveis próximos passos da Meta

A companhia não descarta estender a unificação ao Instagram, permitindo Reels acima de 3 minutos no app de fotos. Outro rumor frequente é a chegada de ferramentas de edição generativa integradas ao feed, usando modelos IA do Meta AI. Além disso, a empresa testa um formato de Reels em grupo, em que vários criadores colaboram em um único fluxo de comentários e doações — algo inspirado no Twitch.

Enquanto isso, a Meta adiantou que dados analíticos serão agrupados em um novo painel “Vídeo Insights”, facilitando a comparação de performance entre durações e orientações distintas. A expectativa é que a atualização seja liberada primeiro para páginas empresariais em julho e, na sequência, para perfis pessoais.

Conclusão

A decisão de transformar todo vídeo em Reel marca a fase mais agressiva da Meta na disputa por atenção no mobile. Para usuários, a promessa é uma experiência enxuta; para criadores, uma vitrine mais ampla, mas também mais competitiva. Ajustar privacidade, formato e estratégia de retenção será fundamental para aproveitar o impulso de distribuição que o novo Reels oferece, principalmente no Brasil, onde o vídeo reina absoluto nas redes sociais.

  1. O que muda para quem já tem vídeos longos no Facebook?

    Eles serão automaticamente convertidos em Reels, mantendo comentários e reações. Sugere-se revisar miniaturas e adicionar capítulos para melhorar a navegação.

  2. Ainda posso limitar a audiência de um Reel?

    Sim. No momento da publicação, escolha Público, Amigos ou Privado. A Meta exibirá lembretes de privacidade na transição.

  3. Haverá impacto na monetização?

    A unificação facilita o acesso aos programas de anúncios, mas a concorrência maior pode reduzir o CPM médio se a oferta crescer rapidamente.

  4. Reels no Instagram também terão duração ilimitada?

    Por enquanto, não. A Meta estuda estender o limite, mas ainda não confirmou datas.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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