IPv6 atinge maioria em 21 países com avanço do Starlink
O protocolo IPv6 atingiu recentemente uma marca histórica, agora constituindo a maioria das conexões de internet em 21 países. A evolução acelerada desse novo padrão global, medida por organizações como Akamai, APNIC, Facebook e Google, resulta diretamente do papel de provedores inovadores, especialmente o Starlink, que está transformando a conectividade em nível internacional ao adotar o IPv6 como padrão desde o início de suas operações.
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Crescimento expressivo: de 13 para 21 países majoritários em IPv6
Nos últimos doze meses, o número de países em que mais da metade das conexões de internet utilizam o protocolo IPv6 saltou de 13 para 21. Essa mudança reflete não só o avanço tecnológico, mas a poderosa influência de novos provedores de conectividade, como o Starlink. O destaque desse cenário fica com Tuvalu, uma nação insular do Pacífico com menos de 10.000 habitantes, que, até o início de 2025, pouco ou nada utilizava IPv6. Com a chegada da internet via satélite da SpaceX, em poucos meses o país saltou de zero para 59% de adoção do novo protocolo.

Starlink: protagonista da modernização global da internet
O Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, opera uma rede construída originalmente e exclusivamente sobre o IPv6, tornando-se o principal vetor do novo ciclo de conectividade em diversos países. Em Tuvalu, o Starlink já detém cerca de 88% do mercado local e é atualmente o único provedor de serviços que utiliza IPv6, segundo a APNIC. Isso explica o salto impressionante na adesão ao novo padrão, algo que está se repetindo em outros países com infraestrutura deficiente, onde provedores tradicionais não conseguiram avançar para o IPv6.
Adoção mundial: Brasil, México, Hungria e outros ganham protagonismo
Tuvalu não está só nessa evolução. Países como Brasil, Guatemala, Hungria, Japão, México, Porto Rico e Sri Lanka também ultrapassaram o marco de 50% das conexões em IPv6 em 2025. Para países como Japão e Porto Rico, isso representou um retorno ao chamado “clube da maioria IPv6” após quedas pontuais, enquanto outras nações, como Brasil e México, ingressaram no clube pela primeira vez. França e Índia lideram o ranking mundial pelo segundo ano consecutivo, ambas com cerca de 73% de implementação. Segundo dados do Google e APNIC, a tendência é de crescimento estável.

O que é o IPv6 e por que ele é fundamental para o futuro digital
O IPv6 (Internet Protocol version 6) é o sucessor do antigo IPv4, lançado nos anos 80 e que sustentou a expansão da internet por décadas. Com apenas 32 bits, o IPv4 permitiu cerca de 4,3 bilhões de endereços únicos, número rapidamente insuficiente diante da explosão de dispositivos conectados. O IPv6 soluciona esse gargalo por meio de 128 bits, gerando impressionantes 340 undecilhões de endereços – suficientes para abastecer a internet por muitas gerações, permitindo que cada dispositivo, do smartphone ao carro conectado, tenha seu IP exclusivo.
- Endereçamento virtualmente ilimitado
- Configuração automática nativa
- Segurança aprimorada (IPsec obrigatório)
- Roteamento e desempenho mais eficientes
- Eliminação do NAT e potencialização da IoT
Starlink: acelerando mudanças em mercados emergentes
O papel do Starlink é ainda mais evidente em regiões afastadas ou com baixa cobertura tradicional, como ilhas do Pacífico e zonas remotas da África e América Latina. Ao operar de forma totalmente baseada em IPv6, a plataforma permite que países inteiros “saltem” etapas tecnológicas, adotando direto o novo padrão. Essa estratégia reduz custos e acelera a chegada da internet de alta velocidade a regiões antes marginalizadas digitalmente.
“A implementação do IPv6 por serviços satelitais como o Starlink não traz apenas mais endereços, mas impulsiona uma mudança estrutural vital para o crescimento sustentável da internet.”
Especialista do APNIC
Evolução técnica: mais eficiência e segurança para dispositivos conectados
Além do crescimento do espaço de endereçamento, o IPv6 introduz melhorias fundamentais para a tecnologia moderna. O cabeçalho simplificado dos pacotes contribui para roteamento mais ágil, a configuração automática facilita o uso doméstico e corporativo, e o suporte nativo à criptografia e autenticação (IPsec) torna a comunicação mais protegida. A substituição das soluções paliativas do IPv4, como o NAT, amplia a conectividade de dispositivos IoT e viabiliza aplicações sensíveis à latência.
Países prestes a entrar para o grupo majoritário de IPv6
Com nações como Tailândia, Estônia e Reino Unido aproximando-se da marca dos 50%, espera-se que o número de países com maioria IPv6 aumente rapidamente nos próximos anos, consolidando uma nova camada de infraestrutura digital planetária e reduzindo ainda mais as barreiras ao acesso universal à internet.
- Tailândia: próximo dos 50% de conexões em IPv6
- Estônia e Reino Unido: tendências de crescimento rápido
- Expectativa de novas entradas na liderança nos próximos ciclos
Impacto social, econômico e os próximos passos para o IPv6 no mundo
A transição acelerada para o IPv6 impulsiona não apenas a infraestrutura técnica, mas permite o desenvolvimento de aplicações inovadoras, melhor inclusão digital e reforça a soberania tecnológica dos países. Com provedores como o Starlink liderando iniciativas, a tendência é de adoção ainda mais veloz em regiões carentes, democratizando o acesso ao ecossistema digital global e viabilizando o crescimento de cidades inteligentes e novos modelos de negócio.
Considerações finais
A chegada do IPv6 à maioria das conexões em 21 países, impulsionada pela atuação estratégica do Starlink e suas operações em mercados remotos, marca o início de uma nova fase para a internet. A capacidade expandida, aliada à eficiência, segurança e eliminação de gargalos históricos, prepara o terreno para uma próxima geração de aplicações e serviços online, consolidando a base para um futuro digital mais flexível, seguro e inclusivo globalmente.
O que é IPv6 e qual sua principal vantagem?
O IPv6 é a nova versão do protocolo da internet, substituindo o IPv4. Sua principal vantagem é a oferta de endereços praticamente ilimitados, permitindo a conectividade de bilhões de dispositivos de forma individual, segura e eficiente. Isso viabiliza novas aplicações, garante expansão contínua e elimina limitações técnicas do passado.
Como o Starlink contribuiu para o avanço do IPv6?
O Starlink é um serviço de internet via satélite que opera exclusivamente com IPv6 em sua rede. Ao entrar em mercados como Tuvalu, o provedor permitiu que países saltassem diretamente para o novo protocolo, modernizando rapidamente sua infraestrutura digital e promovendo inclusão global.
Quais países lideram a adoção do IPv6 no mundo?
França e Índia lideram atualmente com 73% das conexões em IPv6. Outros países em destaque são Brasil, México, Guatemala, Hungria, Japão, Porto Rico e Sri Lanka, todos ultrapassando a marca de 50% no último ano.
Por que a transição para o IPv6 é urgente?
A transição é essencial devido ao esgotamento dos endereços IPv4, o crescimento da Internet das Coisas (IoT) e a necessidade de conexões mais seguras e diretas. O atraso na adoção pode limitar a inovação e a expansão do acesso em diversas regiões.
Haverá mais países atingindo maioria em IPv6 em breve?
Sim, países como Tailândia, Estônia e Reino Unido estão próximos dessa marca. A tendência global é de rápida ampliação do número de países majoritariamente conectados por IPv6, impulsionando a modernização da infraestrutura digital.