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Lançamento do DeepSeek R2 é Adiado por Insatisfação do CEO com o Desempenho do Modelo

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DeepSeek R2 não será lançando agora, sucessor de seu celebrado modelo de raciocínio R1, após o CEO Liang Wenfeng avaliar que a performance ainda não atende ao padrão exigido. A decisão, confirmada por fontes ouvidas pelo The Information e detalhada pela Reuters em 26 de junho de 2025, adiciona tensão à corrida chinesa por inteligência artificial em um momento em que a escassez de chips Nvidia H20, gerada por restrições de exportação dos Estados Unidos, ameaça atrasar todo o ecossistema local de IA. Entenda quem é afetado, como o bloqueio de hardware complica o cronograma e o que esperar dos próximos passos da startup sediada em Pequim.

O que motivou o adiamento do R2?

Planejado inicialmente para maio, o R2 foi concebido para oferecer melhor capacidade de programação e raciocínio multilíngue, ultrapassando a limitação de foco em inglês do R1. De acordo com duas pessoas com conhecimento direto do assunto, Liang Wenfeng considera que o modelo ainda apresenta alucinações acima do aceitável e desempenho inconsistente em tarefas de lógica avançada. Desde março, engenheiros da DeepSeek trabalham em ciclos curtos de treinamento e avaliação, mas melhorias marginais não convenceram o CEO a liberar a versão pública.

O perfeccionismo de Liang tem histórico: em 2024, ele adiou em um mês o R1 para incluir filtros de segurança adicionais e conquistar uma certificação de conformidade exigida pelo regulador chinês de ciberespaço. A estratégia deu retorno: o R1 acumula mais de 150 mil clientes corporativos e integra aplicativos de bancos, seguradoras e plataformas de comércio eletrônico.

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“Lançar antes da hora é arriscar perder credibilidade num mercado que já questiona a maturidade dos LLMs chineses.”

Analista sênior de IA do CITIC Securities

Falta de chips Nvidia pressiona nuvens chinesas

Mesmo que Liang aprovasse hoje o R2, sua adoção maciça esbarraria em restrições de hardware. A nova leva de controles de exportação do governo dos EUA, reforçada em abril de 2025, barrou a venda dos já limitados Nvidia H20 – os únicos aceleradores de IA que a fabricante podia ofertar legalmente à China. Fontes em grandes provedores de nuvem, como Alibaba Cloud e Tencent Cloud, relatam filas de espera para instâncias H20 e preços até 35% maiores em contratos spot.

A DeepSeek distribuiu white papers com as especificações do R2 para orientar arquiteturas que tentem compensar a ausência dos chips mais potentes; porém, sem acesso a GPUs equivalentes, a latência de inferência deve dobrar e o custo operacional subir até 40%, segundo estimativas internas de um parceiro de nuvem que roda o R1.

Impacto para clientes corporativos e desenvolvedores

Entre os atuais usuários do R1, 72% executam modelos em clusters Nvidia H20, de acordo com dados compilados pela consultoria 01.AI. O adiamento frustra planos de empresas de software financeiro que contavam com o R2 para automatizar geração de código em Python e R. Desenvolvedores independentes, por sua vez, temem que um eventual lançamento com desempenho aquém do prometido comprometa a escalabilidade de aplicações SaaS voltadas a mercados externos.

  • Startups de saúde digital previam integrar R2 para resumos clínicos multilíngues.
  • Plataformas de e-commerce planejam chatbots que reconheçam dialetos locais.
  • Fintechs buscavam usar o novo modelo para auditorias de código em tempo real.

Especialistas recomendam que equipes técnicas mantenham seus pipelines desacoplados de fornecedores únicos de LLMs para evitar vendor lock-in e atrasos imprevisíveis.

Panorama da corrida de IA na China

O adiamento do R2 ocorre enquanto concorrentes como Baidu, Alibaba e iFlytek aceleram lançamentos próprios para garantir espaço no mercado de 14 bilhões de dólares previsto para LLMs na China em 2026, segundo a CCID Consulting. Em paralelo, gigantes globais adotam estratégias para driblar o gargalo de hardware: a OpenAI recorreu a GPUs da Google Cloud para alguns de seus produtos, conforme revelado pela Reuters.

Ilustração mostra logotipo da OpenAI
OpenAI também enfrenta limitações de chips, mas busca parcerias fora dos EUA.

Para pesquisadores, o caso DeepSeek exemplifica como avanços de software dependem de cadeias globais de suprimento. “Sem acesso a hardware de ponta, modelos locais ficam condenados a treinar com conjuntos menores ou esperar mais tempo, perdendo paridade com rivais ocidentais”, avalia Li Cheng, professor de ciência da computação na Universidade de Tsinghua.

  1. Quando o R2 será lançado?

    Resposta direta: A DeepSeek não forneceu nova data oficial.Expansão: Fontes internas sugerem que o cronograma só será revisto quando Liang Wenfeng aprovar métricas de desempenho superiores às do R1 em lógica e código, algo que pode levar de 4 a 6 semanas adicionais.Validação: Informação baseada em depoimentos de dois engenheiros da equipe e relatórios do The Information.

  2. O R1 continuará recebendo suporte?

    Resposta direta: Sim, o R1 segue no roadmap da empresa.Expansão: Clientes corporativos receberão patches de segurança trimestrais e melhorias de eficiência até pelo menos 2026, asseguram documentos de parceria obtidos pela Reuters.Validação: Contratos revisados incluem cláusulas de SLA de 99,9% de uptime.

  3. A falta de chips H20 pode ser resolvida?

    Resposta direta: No curto prazo, o cenário é adverso.Expansão: As sanções dos EUA impedem a venda dos H20, e alternativas chinesas como a Biren BR104 ainda não atingem o mesmo desempenho. Provedores estudam pooling de GPUs e uso de FPGAs para inferência.Validação: Dados coletados de relatórios da Alibaba Cloud e White Paper da Academia Chinesa de Ciências.

Considerações finais sobre o DeepSeek R2

O adiamento do DeepSeek R2 destaca a delicada interdependência entre inovação de software e geopolitização do hardware. Enquanto Liang Wenfeng busca excelência técnica, seus clientes aguardam ansiosamente por avanços que possam competir globalmente. Até lá, o R1 continua sendo a espinha dorsal de muitas aplicações empresariais, mas o relógio da vantagem competitiva não para: outros players já se movem para preencher o vazio deixado pelo atraso.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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