Tarifaço de Trump: impacto direto nos eletrônicos do Brasil
O Tarifaço de Trump de 50% anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros, revelado em julho de 2025, ameaça causar um efeito cascata no setor de tecnologia nacional e provocar a desvalorização do real, aumentando os preços dos eletrônicos para consumidores brasileiros. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), o Brasil exportou US$ 1,1 bilhão em eletrônicos para os EUA no primeiro semestre de 2025, um salto de 23,1% frente ao ano anterior. As consequências do aumento tarifário podem ser sentidas por toda a cadeia produtiva, desde grandes empresas até startups e consumidores finais.
Tabela de conteúdos
Para onde vão as exportações brasileiras de eletrônicos?
O mercado americano é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Embora a maioria das exportações seja composta por itens do agronegócio e metalurgia, os eletrônicos têm papel relevante. Dentre os principais produtos enviados aos EUA estão motores e geradores, componentes industriais, máquinas para processamento de dados e instrumentos de medição. O aumento nas taxas sobre esses itens pode mudar drasticamente a competitividade do setor brasileiro.
“Recebemos com preocupação o anúncio feito pelo governo dos EUA. A medida poderá provocar impactos relevantes nas exportações brasileiras e nas relações comerciais entre dois países tradicionalmente parceiros.”
Nota oficial, ABINEE

Como o tarifaço afeta o setor de tecnologia brasileiro?
Segundo Juliana Inhasz, professora de Economia no Insper, se as tarifas de Trump forem implementadas em 1º de agosto de 2025, três consequências são especialmente preocupantes para o setor de tecnologia do Brasil: perda de espaço competitivo no mercado americano, interrupção de cadeias produtivas e desestímulo à inovação. A concorrência com mercados asiáticos, especialmente China e países com forte subsídio e escala produtiva, tende a se intensificar, prejudicando empresas brasileiras que já lutam para se posicionar globalmente.
“Com as tarifas, essas cadeias ficam mais caras, e o repasse atinge o produto final. Isso gera perda de eficiência, aumento de risco e pode afetar empresas além do setor de tecnologia. Trata-se de um efeito cascata, tanto no Brasil quanto no exterior.”
Juliana Inhasz, professora de Economia, Insper
O que muda para startups e investimentos em inovação?
A instabilidade provocada pelo cenário internacional acaba influenciando ecossistemas inovadores. Startups focadas em exportação devem sentir uma diminuição em investimentos voltados para pesquisa e desenvolvimento, ao lado de incertezas quanto à continuidade de parcerias internacionais. Pequenas empresas, normalmente mais vulneráveis, veem seus planejamentos comprometidos pela imprevisibilidade trazida pelo novo regime tarifário.
Vai faltar ou encarecer eletrônico no Brasil?
Ainda não há motivo para alarmismo, pois Trump é conhecido por recuar em decisões ao negociar. Porém, caso as tarifas avancem, o preço de videogames, smartphones, notebooks, televisores e tablets tende a subir, pois são bens cuja formação de preço depende fortemente do dólar. O impacto vai muito além das vendas para os EUA: pode levar à reação do governo brasileiro com medidas de retaliação, gerando nova alta generalizada e efeito cascata nos custos de tecnologia no país.
“Se o Brasil retaliar, impondo tarifas também, o custo de hardware, software e equipamentos de rede importados dos EUA sobe drasticamente. Esse efeito repassa para toda a economia.”
Jorge Ferreira Filho, economista e professor da ESPM
O papel do dólar e os riscos de uma escalada
Além dos impactos diretos das tarifas, o risco de desvalorização do real deve ser monitorado. Fatores como fuga de capitais, receio dos investidores e escalada nas tensões comerciais podem derrubar o valor da moeda brasileira, encarecendo ainda mais produtos importados. Como muitos eletrônicos chegam ao consumidor brasileiro via importação ou com componentes cuja precificação depende do dólar, o aumento pode ser sentido mesmo por itens produzidos localmente.
- Produtos mais afetados: videogames, televisores, tablets, smartphones e notebooks
- Impacto indireto: preços sobem pelo aumento de custos produtivos
- Desvalorização do real agrava cenário
- Startups e pequenas empresas são mais vulneráveis
Desdobramentos possíveis e próximos passos
O futuro do setor de eletrônicos no Brasil dependerá das negociações bilaterais nas próximas semanas. Caso haja acordo antes da entrada em vigor das tarifas, os efeitos podem ser amenizados. Mas se persistir o impasse, consumidores, varejistas e toda a cadeia produtiva precisarão se ajustar a uma nova realidade de preços mais altos e menos estímulos à inovação. O Governo Federal acompanha o caso, analisando alternativas para mitigar danos e evitar desdobramentos econômicos negativos.
Ponto | Impacto |
Tarifas de 50% | Eletrônicos exportados ficam menos competitivos |
Mercado americano | Maior concorrência asiática vs. Brasil |
Desvalorização do real | Preços sobem para consumidor final |
Retaliação do Brasil | Efeito em cadeia na cadeia de tecnologia |
Considerações finais sobre o impacto do tarifaço de Trump
O anúncio do tarifaço de Trump acende um alerta para o setor de tecnologia e para consumidores brasileiros. Ainda que o cenário não exija pânico imediato, a probabilidade de reajustes nos preços de setor de eletrônicos no Brasil é concreta e depende dos próximos capítulos nas relações comerciais Brasil-EUA. É importante ao consumidor, empresas e startups acompanharem de perto o desenrolar do tema e se prepararem para um contexto de custos crescentes e desafios à inovação.
O tarifaço de Trump entra em vigor imediatamente?
Ainda não. As tarifas estão previstas para entrar em vigor em 1° de agosto de 2025, mas podem ser renegociadas antes disso. Decisões desse tipo costumam ser voláteis nas negociações internacionais, especialmente com precedentes do próprio Trump.
Quais produtos ficarão mais caros com as tarifas?
Eletrônicos como videogames, smartphones, notebooks, tablets e televisores tendem a ser os mais afetados, pois dependem do dólar. Outros produtos que envolvem componentes importados também podem ser impactados indiretamente.
O tarifaço pode ser revertido ou negociado?
Sim. Existe histórico de negociações internacionais que resultam em recuos ou acordos que suavizam tarifas. Empresas, associações e o governo federal buscam diálogo com autoridades dos EUA para mitigar os efeitos negativos.
Por que a desvalorização do real afeta os eletrônicos?
A desvalorização torna produtos importados mais caros para brasileiros. Como boa parte dos eletrônicos tem preços definidos pelo dólar, qualquer queda do real encarece o produto final, mesmo sem aumento de impostos.
Pontos-chave: tarifas sobre produtos brasileiros devem aumentar preços dos eletrônicos, enfraquecer a competitividade da indústria local e provocar repercussões em cadeia na economia. Fique atento às atualizações sobre o tema.