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Vibe coding pode fazer seu app desmoronar, alerta CEO do Cursor

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Michael Truell, CEO e cofundador da Cursor, alertou desenvolvedores e entusiastas de tecnologia sobre os perigos do vibe coding — o hábito de criar produtos de software usando apenas comandos para IAs generativas, ignorando completamente o código subjacente. Segundo o executivo, essa prática pode resultar em projetos frágeis e suscetíveis a falhas graves à medida que se tornam mais complexos.

O alerta foi feito durante a conferência anual de Inteligência Artificial organizada pela revista Fortune em dezembro de 2025. Truell afirmou que muitos novos projetos estão sendo construídos sobre bases frágeis: “Se você fecha os olhos e apenas pede que a IA faça as coisas, está empilhando andares sobre uma estrutura instável. Uma hora, tudo começa a desmoronar”, disse o executivo.

O que é vibe coding e por que preocupa os especialistas

O termo vibe coding descreve o ato de desenvolver aplicativos, sites e jogos usando instruções em linguagem natural para que uma IA — como ChatGPT, Gemini ou o próprio Cursor AI — escreva e gerencie o código. Essa abordagem promete democratizar o acesso à criação de software, permitindo que pessoas sem formação técnica possam transformar ideias em protótipos funcionais.

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Entretanto, Truell alerta que essa “programação por vibração” não substitui o entendimento real de estruturas, lógica ou segurança do código. Enquanto a IA pode gerar resultados rápidos e visualmente funcionais, o backend — a base técnica — pode conter inconsistências difíceis de identificar e que prejudicam a escalabilidade e a segurança.

Ilustração de código de videogame - vibe coding
Vibe coding é a prática de programar com IA, sem escrever código diretamente (Imagem: Markus Spiske/Pexels).

Vibe coding é útil para protótipos, mas perigoso para produtos finais

De acordo com o CEO, o vibe coding é útil para criar protótipos de aplicativos ou jogos, especialmente quando o objetivo é testar ideias rapidamente. Contudo, quando esses projetos crescem e passam a demandar integração complexa com bancos de dados, APIs e sistemas em nuvem, os problemas se acumulam.

“Ferramentas de IA podem substituir a escrita inicial de código, mas não o entendimento sobre o que ele faz.”

Michael Truell, CEO do Cursor

Apesar de reconhecer a eficiência das IAs em tarefas repetitivas e autocompletar, Truell enfatiza que “a supervisão humana permanece indispensável”. O Cursor, inclusive, foi desenvolvido para equilibrar automação e controle humano: ele oferece recursos para sugerir, revisar e aprimorar códigos, sempre exigindo que o programador valide as mudanças.

Reações no Vale do Silício: entusiasmo dá lugar à cautela

A empolgação inicial em torno do vibe coding tem diminuído. O CEO da Y Combinator, Garry Tan, chegou a prever que “dez desenvolvedores valeriam por cem com IA”. Porém, à medida que surgem relatos de falhas em projetos grandes, executivos renomados passaram a adotar uma postura mais equilibrada.

Andrej Karpathy, cofundador da OpenAI, mencionou que sistemas baseados exclusivamente em agentes autônomos ainda têm limitações profundas e risco de gerar vulnerabilidades de segurança. Já o CEO do GitHub reforçou que, apesar da popularização de assistentes como o Copilot, “ainda é essencial aprender a programar”.

A abordagem da Fortune e o posicionamento do Cursor

Como destacou a revista Fortune, o discurso de Truell também tem caráter promocional: o Cursor se posiciona como uma plataforma intermediária entre o código e o criador, permitindo o uso de IA com monitoramento granular. A ferramenta inclui busca semântica em repositórios, reescrita automática de trechos e integração direta com ambientes de desenvolvimento populares.

Truell acredita que o futuro do desenvolvimento de software será híbrido: IAs colaborativas cuidando do trabalho pesado, e humanos garantindo arquitetura sólida e coerência de produto. “Automação não é autonomia total”, reforçou.

Perguntas frequentes sobre vibe coding

  1. O que é vibe coding?

    Vibe coding é uma abordagem de desenvolvimento que usa instruções de linguagem natural para IAs como ChatGPT ou Gemini gerarem códigos automaticamente. É popular entre iniciantes, mas requer cautela em produtos complexos.

  2. Por que o vibe coding pode ser perigoso?

    Segundo Michael Truell, criar sem entender o código pode gerar falhas estruturais e vulnerabilidades. Projetos grandes podem ‘desmoronar’ se construídos apenas com IA.

  3. Posso usar IA para criar um aplicativo sozinho?

    Sim, mas ferramentas como Cursor AI ou Copilot devem ser usadas com acompanhamento manual. Recomenda-se revisar o código e manter aprendizado constante.

  4. Quais executivos se manifestaram sobre o vibe coding?

    Além de Truell, Garry Tan (Y Combinator), Andrej Karpathy (OpenAI) e o CEO do GitHub expressaram opiniões sobre os limites da automação no desenvolvimento de software.

Considerações finais

O alerta do CEO do Cursor serve como lembrete de que, apesar das promessas da inteligência artificial generativa, ainda existe uma linha tênue entre automação inteligente e negligência técnica. O vibe coding representa uma revolução criativa, mas demanda responsabilidade. Com equilíbrio entre IA e conhecimento humano, o futuro do desenvolvimento pode ser tanto mais produtivo quanto mais seguro.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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