WhatsApp para Windows agora consome até 7x mais RAM
O WhatsApp está passando por uma importante transformação na versão para Windows. A mudança, implementada pela Meta, substitui o antigo aplicativo nativo por um novo baseado em WebView2, tecnologia que usa o motor Chromium do Microsoft Edge. A decisão traz ganhos na velocidade de atualização, mas também um aumento expressivo no consumo de memória, podendo chegar a até sete vezes mais uso de RAM em testes intensivos.
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Meta substitui app nativo por um web wrapper
A atualização é parte da estratégia da Meta de unificar o código das versões Web e Desktop do WhatsApp. O novo aplicativo funciona como um web wrapper, ou seja, um programa que encapsula o WhatsApp Web em uma janela dedicada, usando o motor de renderização do navegador. Essa estrutura facilita atualizações simultâneas entre plataformas, mas consome mais recursos do sistema.
Em vez de se comunicar diretamente com as APIs do Windows, como fazia a versão nativa, o novo app precisa iniciar múltiplos processos — gráfico, rede e armazenamento — para funcionar como se estivesse dentro do Edge. Cada um deles consome memória adicional e poder de processamento.
Uso de RAM até sete vezes maior

De acordo com análises do portal Windows Latest, o consumo de memória do novo aplicativo pode ultrapassar em sete vezes o da versão anterior em cenários de uso intenso. Testes também indicam aumento de cerca de 30% nos recursos de processamento, com processos visíveis no Gerenciador de Tarefas como “WebView2 GPU Process”, “WebView2 Manager” e “Crashpad”.
Em máquinas com menos de 16 GB de RAM, os usuários podem notar lentidão ao alternar janelas, além de travamentos eventuais. Já em computadores mais novos, o impacto tende a ser imperceptível. Na prática, o novo WhatsApp para Windows comporta-se como uma aba isolada do Chrome — com todas as implicações de consumo energético e de memória associadas.

O que muda para o usuário
Apesar das críticas sobre desempenho, a Meta promete benefícios. Com o código unificado, os recursos chegam mais rapidamente às versões desktop, acompanhando atualizações do WhatsApp Web. Funções como Canais, Status e Comunidades passam a ser lançadas de forma simultânea. A empresa defende que isso reduz o tempo de adaptação e melhora a estabilidade geral do aplicativo.
Visualmente, o app deixou de adotar elementos integrados ao design do Windows 10 ou 11. Agora, ele exibe uma interface genérica semelhante aos navegadores modernos, com menus flutuantes e menos espaçamento. Essa escolha gerou reações mistas na comunidade de usuários — alguns elogiaram a nova performance em animações e sincronização, enquanto outros criticaram a descaracterização do software nativo.
Além disso, o antigo texto de suporte que exaltava a superioridade dos aplicativos nativos foi removido do site oficial do WhatsApp. A página agora lista apenas funções gerais, como chamadas, mensagens de voz e suporte multiplataforma.
Impacto em computadores básicos
Usuários em fóruns e redes sociais relataram que, após o update, o aplicativo passou a exibir alertas de desconexão e a exigir reinstalação da nova versão para funcionar. Muitos desses relatos partem de PCs com hardware mais antigo ou configurados com 8 GB de RAM. Nesses casos, o consumo simultâneo de memória por navegadores e o app pode comprometer o desempenho geral do sistema.
Entretanto, para quem busca sempre as últimas novidades e utiliza máquinas mais potentes, o novo WhatsApp desktop pode representar um avanço no sincronismo entre dispositivos e agilidade em futuras atualizações.
Próximos passos da Meta
Até o momento, a transição se aplica apenas ao sistema operacional da Microsoft. Não há confirmação de que a versão para macOS seguirá o mesmo modelo de web wrapper. Especialistas acreditam que a Meta esteja testando a reação do público antes de aplicar o mesmo padrão ao ecossistema da Apple.
Por que o WhatsApp para Windows ficou mais pesado?
A nova versão do aplicativo usa o WebView2, que roda sobre o motor Chromium, consumindo mais memória e processamento. Essa arquitetura permite atualizações mais rápidas, mas exige mais recursos de hardware.
Como saber se meu PC vai aguentar o novo WhatsApp Desktop?
Computadores com 16 GB de RAM ou mais suportam o app sem perda perceptível. Em PCs com 8 GB ou menos, o desempenho pode cair bastante, especialmente se outros programas pesados estiverem abertos.
O antigo aplicativo nativo ainda pode ser usado?
Não. A Meta está desativando progressivamente o app nativo. Quem tenta abrir a versão antiga é redirecionado ao download do novo instalador baseado em WebView2.
Considerações finais
A reformulação do WhatsApp para Windows reflete o foco da Meta em unificação de plataformas e agilidade de desenvolvimento. Ainda que o impacto em dispositivos mais simples possa ser negativo, a nova base técnica prepara o aplicativo para receber recursos mais complexos e integrados ao ecossistema do mensageiro. Para quem usa o PC como principal meio de comunicação, vale observar o consumo de memória e avaliar se o ganho em funcionalidades compensa a perda de desempenho.

