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WhatsApp começa a exibir anúncios no Status

O WhatsApp confirmou que passará a exibir anúncios na aba Status — o formato semelhante aos Stories do Instagram — ainda em 2025. A mudança, anunciada pela vice-presidente de produto Alice Newton Rex, marca a primeira incursão direta do mensageiro em publicidade para usuários comuns.

Os anúncios aparecerão entre uma atualização e outra, seguindo a lógica já conhecida no Instagram; ou seja, depois de visualizar algumas postagens de amigos ou canais você verá um anúncio em tela cheia. Segundo a Meta, mais de 1,5 bilhão de pessoas acessam Status e Canais diariamente, o que transforma o novo espaço publicitário em um dos maiores inventários móveis do mundo.

O que muda com a chegada dos anúncios

Até hoje, o WhatsApp concentrava sua receita em dois pilares: a plataforma Business, que cobra por mensagens automáticas, catálogos e atendimento, e os anúncios “click-to-WhatsApp” veiculados no Facebook e Instagram. A inclusão de publicidade nativa no Status adiciona uma terceira fonte de monetização e sinaliza que o aplicativo amadureceu o suficiente para, segundo a Meta, “ajudar pessoas a descobrirem negócios diretamente dentro do WhatsApp”. Na prática, nada muda na experiência de bate-papo: mensagens, chamadas e grupos permanecem livres de anúncios.

Créditos Imagem: WhatsApp

Como funcionará a segmentação de audiência

De acordo com a empresa, os algoritmos levarão em conta país, idioma, tipo de dispositivo e os canais seguidos pelo usuário. Informações sensíveis — como número de telefone, conteúdo de mensagens, chamadas ou grupos — não serão usadas para personalização. Quem tiver a conta do WhatsApp vinculada ao Meta Account Center também poderá receber anúncios com base nas preferências definidas no Facebook ou Instagram.

  • Localização aproximada (país/cidade)
  • Idioma do sistema ou do app
  • Dispositivos e versão do sistema operacional
  • Canais e anúncios com os quais você interage
  • Preferências compartilhadas via Account Center (opcional)

“Os novos formatos publicitários são a evolução natural agora que empresas e consumidores já interagem dentro do WhatsApp.”

Alice Newton Rex, VP de Produto

Impacto para usuários comuns

O receio imediato é que a experiência se torne intrusiva. Entretanto, a Meta afirma que o limite de anúncios por sessão será “muito menor do que em outras plataformas”. Outro ponto relevante é que a empresa não planeja oferecer uma assinatura para remover anúncios — pelo menos por enquanto. Caso o usuário não queira qualquer personalização, poderá desativar o compartilhamento de dados no Account Center e limitar sinais, mas não há como desligar totalmente a publicidade.

Oportunidades para empresas e criadores

Além dos anúncios, marcas e influenciadores poderão promover seus Canais na área de descoberta e, em um modelo semelhante ao Telegram, cobrar assinatura para liberar conteúdo exclusivo. Os pagamentos serão processados pelas lojas Google Play e App Store, garantindo conformidade regulatória. Para pequenas empresas que já usam o WhatsApp Business, o Status pago pode funcionar como vitrine de lançamentos, cupons e atendimento, encurtando o funil de conversão.

FormatoObjetivo principalPagamento
Anúncio no StatusAlcance e brandingVia Meta Ads Manager
Promoção de CanalGanhar seguidoresCPC/CPM
Canal por assinaturaReceita recorrenteGoogle Play / App Store

Cronograma de lançamento

A Meta não divulgou uma data exata, mas confirmou que a distribuição será global e “escalonada ao longo dos próximos meses”. Tradicionalmente, a empresa testa novidades primeiro em mercados-chave como Índia e Brasil — que, juntos, somam mais de 650 milhões de usuários — antes de liberá-las para todos.

  • Jun–Jul/25 — pilotos com parceiros selecionados
  • Ago–Set/25 — expansão para empresas que já compram click-to-WhatsApp
  • Out–Dez/25 — liberação para anunciantes em geral
  • 2026 — abertura de relatórios API e novos formatos interativos

Validação e contexto de mercado

A entrada de anúncios no Status não acontece no vácuo. No balanço do 4º trimestre de 2024, a Meta já havia destacado o “crescimento acelerado” das receitas ligadas ao WhatsApp Business, que ultrapassaram US$ 3,3 bilhões anuais. Analistas como a Bernstein Research preveem que a publicidade no WhatsApp pode adicionar até US$ 10 bilhões/ano à receita da companhia até 2027, equiparando-se rapidamente ao Instagram Reels.

Perguntas Frequentes sobre anúncios no whastapp

  1. Os anúncios aparecerão nos chats ou grupos?

    Não. A publicidade será exibida apenas entre as atualizações da aba Status e, futuramente, em Canais promovidos. Mensagens, chamadas e grupos permanecem livres de anúncios.

  2. Quais dados o WhatsApp usa para segmentar anúncios?

    São utilizados sinais como país, idioma, device, canais seguidos e interações com outros anúncios. Conteúdo de mensagens, número de telefone e listas de contatos não são compartilhados com anunciantes.

  3. Posso remover a publicidade usando assinatura?

    Até o momento, a Meta não oferece plano pago para remover anúncios do WhatsApp. A empresa afirma que o volume será moderado para não comprometer a experiência.

  4. Empresas de pequeno porte poderão anunciar?

    Sim. Após o lançamento global, qualquer anunciante com conta no Meta Ads Manager poderá criar campanhas no Status ou promover seus Canais para atrair seguidores.

  5. Quando a novidade chega ao Brasil?

    Ainda sem data exata, mas o Brasil costuma figurar nos primeiros lotes de testes da Meta. A expectativa é que os anúncios cheguem entre agosto e setembro de 2025.

Considerações finais

Com mais de dois bilhões de usuários, o WhatsApp era o último “grande feudo” da Meta livre de publicidade direta. A entrada dos anúncios no Status indica que o aplicativo se tornou maduro o suficiente para sustentar mais uma linha de receita sem, teoricamente, sacrificar privacidade ou usabilidade. Se a promessa de limitação de frequência for cumprida, a novidade pode passar quase despercebida para quem apenas compartilha fotos de bom-dia; para marcas e criadores, contudo, abre-se um canal de impacto massivo com segmentação mínima aceitável. Resta acompanhar como o público receberá a mudança — e se o barulho será maior ou menor do que a Meta aposta.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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