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Consultas públicas do ChatGPT são indexadas pelo Google: entenda o impacto

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Consultas públicas do ChatGPT podem ser encontradas em buscas no Google e outros buscadores a partir de links compartilháveis. Usuários que criam e compartilham links públicos das suas conversas com a IA estão permitindo, muitas vezes sem perceber, que essas interações se tornem acessíveis a qualquer pessoa online. O tema acende um alerta sobre a privacidade digital e a exposição não intencional de dados sensíveis ou pessoais.

Como consultas do ChatGPT tornaram-se públicas nos buscadores

A indexação de consultas públicas do ChatGPT começou a chamar atenção após usuários perceberem que links do tipo https://chatgpt.com/share estavam surgindo em pesquisas do Google, Bing e outros buscadores. Para que uma conversa se torne pública, o usuário precisa clicar no botão “compartilhar” dentro do ChatGPT e depois em “criar link”, gerando uma URL de compartilhamento do diálogo.

  • Esses links permitem que qualquer pessoa visualize o conteúdo da conversa.
  • Os buscadores rastreiam e indexam esses links, tornando as consultas acessíveis publicamente.
  • Informações pessoais ou dados sensíveis podem, sem querer, se tornar públicos.

Por exemplo, pessoas compartilham pedidos de receitas, dúvidas sobre física, currículos revisados e até interações inusitadas, como guias de como usar um micro-ondas de forma bizarra. Em casos mais críticos, dados profissionais foram expostos, permitindo inclusive identificar perfis no LinkedIn de quem realizou certas solicitações.

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Privacidade no ChatGPT: o que diz a OpenAI e o Google

A OpenAI afirma que, por padrão, as conversas não são públicas. Só se tornam acessíveis se o usuário gerar e compartilhar um link via o recurso “/share”. A empresa destaca que nome, instruções customizadas e mensagens posteriores ao compartilhamento permanecem privadas. No entanto, a OpenAI não comentou publicamente como ou se pretende evitar a indexação desses links por buscadores.

Já o Google declarou ao TechCrunch: “Nem o Google nem qualquer outro buscador controla quais páginas são públicas na web. Os editores dessas páginas decidem se elas podem ser indexadas”. Ou seja, a decisão de bloquear ou permitir a indexação é da OpenAI ou do próprio usuário, não do Google.

Exemplos práticos: o que aparece nos resultados

  • Pessoas pedindo dicas de receitas: ver conversa.
  • Solicitações para entender conceitos de astrofísica: ver diálogo.
  • Revisão de currículos, onde detalhes pessoais podem ser rastreados até perfis profissionais.
  • Pedidos excêntricos, como “Posso colocar um garfo de metal no micro-ondas?”: ver resposta.

“Se você compartilha publicamente um link do ChatGPT, é possível que ele seja encontrado por mecanismos de busca e usado por qualquer pessoa na internet.”

Amanda Silberling, TechCrunch

Por que a exposição pode ser perigosa?

O principal risco está na exposição de informações sensíveis. Como a criação do link público depende apenas de um clique, muitos não percebem que a conversa pode ser indexada por buscadores. Se na sessão de chat houver nomes, e-mails, detalhes de carreira ou opiniões pessoais, tudo pode ser descoberto facilmente por terceiros. Além disso, perguntas inocentes ou brincadeiras podem gerar embaraços futuros, pois o conteúdo compartilhado tende a ser perene na internet.

Como evitar que suas consultas públicas sejam indexadas

  • Evite compartilhar links públicos gerados no ChatGPT, especialmente se contiverem dados pessoais.
  • Revise o conteúdo antes de criar links compartilháveis.
  • Considere compartilhar capturas de tela em vez de links públicos, quando possível.
  • Caso já tenha compartilhado um link, exclua o recurso ou edite o conteúdo.
  • Solicite à OpenAI melhorias, como adicionar automaticamente a tag noindex nestas páginas.

“Detectamos um padrão comum: usuários subestimam o alcance público de links compartilhados de IA, tornando dados privados acessíveis em larga escala.”

Equipe de Cibersegurança, TechCrunch

Comparativo: indexação em outras plataformas

O caso dos links do ChatGPT lembra situações já vistas em plataformas como Google Drive, onde documentos públicos podem ser indexados caso estejam configurados como “Qualquer pessoa com o link pode visualizar”. Porém, normalmente documentos privados não aparecem em buscas. No caso dos chats, o simples ato de compartilhar permite que qualquer buscador encontre essas interações, sem etapas adicionais de validação.

Considerações finais sobre Consultas públicas do ChatGPT

A exposição pública de consultas feitas ao ChatGPT, causada pela indexação de links compartilháveis, chama atenção para a importância da privacidade digital em tempos de inteligência artificial. Usuários devem revisar com cuidado o conteúdo antes de criar ou repassar links públicos, e plataformas precisam ser mais transparentes e proativas na proteção dessas conversas contra buscadores. O desafio é construir recursos de IA úteis, mas que respeitem a segurança e privacidade do usuário, evitando que dados pessoais circulem livremente sem controle.

  1. O ChatGPT torna públicas todas as conversas automaticamente?

    Não. Apenas conversas para as quais o usuário gera links compartilháveis pelo recurso ‘/share’ podem ser acessadas publicamente. Isso depende de ação intencional de quem compartilha a conversa, e não é padrão da plataforma.A OpenAI mantém como privados nome, instruções e mensagens adicionadas após o compartilhamento.

  2. É possível remover uma conversa já indexada pelo Google?

    Sim, mas envolve etapas. O ideal é deletar a conversa do ChatGPT ou alterar a configuração do link. Em seguida, pode-se solicitar ao Google a remoção da URL via Search Console ou Ferramenta de Remoção de Conteúdo.Apesar dos procedimentos, o conteúdo pode ficar em cache por algum tempo antes de sumir das buscas.

  3. Quais cuidados tomar ao compartilhar links do ChatGPT?

    Nunca compartilhe conversas que revelem dados sensíveis, pessoais ou profissionais. Revise o conteúdo antes de gerar links públicos e prefira alternativas mais seguras, como prints.Prevenir a exposição é fundamental, pois mesmo informações aparentemente banais podem causar problemas se indexadas.

Diogo Fernando

Apaixonado por tecnologia e cultura pop, programo para resolver problemas e transformar vidas. Empreendedor e geek, busco novas ideias e desafios. Acredito na tecnologia como superpoder do século XXI.

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