EA é vendida por US$ 55 bi a consórcio saudita

EA é vendida hoje por US$ 55 bi a consórcio. A Electronic Arts, dona de EA FC, The Sims e Battlefield, confirmou nesta segunda-feira (29/09/2025) a venda por US$ 55 bilhões em transação 100% em dinheiro para um consórcio formado pelo fundo saudita PIF, a gestora Silver Lake e a Affinity Partners. Os acionistas receberão US$ 210 por ação, valor cerca de 25% acima da cotação média recente. A publisher passará a ser privada, mantendo a liderança atual e prometendo acelerar inovação, expansão global e novas experiências interativas.

O negócio EA vendida: números, termos e por que é histórico

A operação foi anunciada como uma transação totalmente em dinheiro, avaliando a Electronic Arts em US$ 55 bilhões. O pacote prevê pagamento imediato aos acionistas de US$ 210 por ação, um prêmio de 25% sobre a média recente do papel e acima do pico histórico de cerca de US$ 179 por ação. Trata-se de um dos maiores negócios já realizados na indústria de jogos e, entre operações “all-cash” para fechar o capital, um marco sem precedentes para uma publisher de alto perfil.

• Payout aos acionistas: US$ 210 por ação (100% em dinheiro)
• Prêmio: ~25% sobre a cotação média recente
• Estrutura: aquisição por consórcio (PIF, Silver Lake, Affinity)
• Governança: liderança atual da EA permanece
• Status: EA se torna empresa privada (capital fechado)

Quem são PIF, Silver Lake e Affinity Partners

O consórcio é liderado pelo Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita, que já detinha aproximadamente 9,9% da EA e vem ampliando a presença global em jogos por meio da Savvy Games Group e de participações em empresas como Activision Blizzard, Nintendo, Take-Two e Embracer. A Silver Lake é uma gestora com forte histórico em tecnologia e mídia, enquanto a Affinity Partners, de Jared Kushner, chega como investidora estratégica para ampliar alcance e relacionamento internacional.

• PIF: amplia influência no ecossistema global de games
• Silver Lake: track record em tecnologia, mídia e crescimento
• Affinity Partners: rede estratégica e capital para expansão

“Esta é uma poderosa validação do trabalho criativo da EA e uma aposta no futuro do entretenimento interativo.”

Andrew Wilson, CEO da Electronic Arts (declaração pública)

EA é vendida: Impactos para jogadores e franquias (EA FC, The Sims, Battlefield)

Em termos práticos, a companhia sinaliza continuidade da estratégia e da liderança, o que reduz a chance de mudanças bruscas no curto prazo. O reforço de capital e a rede de parceiros podem acelerar frentes já em curso: serviços “live”, mobilidade, eSports, tecnologia de engajamento e experiências híbridas. Para EA Sports FC, a expectativa é intensificar integrações com competições e conteúdos licenciados; para The Sims, investimentos em ferramentas criativas e economia de comunidade; e para Battlefield, foco em estabilidade técnica, progressão e conteúdo de longo prazo.

• Live services mais robustos e sustentáveis
• Novas parcerias internacionais e licenças
• Melhorias em infraestrutura online e antitrapaça
• Expansão em mobile e cross-play/cross-progression

A EA reforçou que os lançamentos e operações seguem normalmente. A empresa lançou recentemente o EA Sports FC 26 e prepara a chegada de Battlefield 6 para outubro, indicando que a transição de controle não deve afetar o calendário imediato de conteúdo.

EA vendida: Repercussões no mercado e comparação histórica

O efeito sistêmico mais visível é a consolidação da influência do PIF na indústria, agora com participação direta em uma das maiores publishers do mundo. Em termos de valor, o negócio é o segundo maior da história dos games, atrás apenas da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, de US$ 75,4 bilhões. A leitura do mercado é que o capital de longo prazo patrocinará ciclos de desenvolvimento mais ambiciosos, mas manterá pressão por execução e alta previsibilidade de receita via serviços contínuos.

• 2º maior negócio do setor (atrás de Microsoft–Activision)
• PIF consolida papel central no investimento em games
• Cresce a competição por conteúdo e tempo dos jogadores

O que disseram os envolvidos na aquisição da EA

Andrew Wilson (EA) chamou o acordo de “validação poderosa” da criatividade da empresa. Turqi Alnowaiser (PIF) afirmou que a parceria vai impulsionar inovação e crescimento global. Egon Durban (Silver Lake) destacou o histórico de expansão sob a gestão atual e sinalizou investimentos pesados para ampliar alcance. Jared Kushner (Affinity Partners) classificou a EA como uma companhia extraordinária, com impacto cultural duradouro.

“Seguiremos entregando experiências transformadoras aos jogadores, agora com ainda mais fôlego para inovar.”

Andrew Wilson, CEO da EA

O que observar a seguir

Embora a EA aponte para estabilidade no curto prazo, o mercado acompanhará alguns eixos: como será a alocação de capital em novas IPs versus franquias estabelecidas; a estratégia para jogos como serviço e monetização responsável; e o impacto em acordos de licenciamento esportivo. Para os jogadores, a principal questão é se o novo ciclo trará lançamentos mais polidos, cadência previsível de atualizações e melhores sistemas de progressão, sem comprometer a experiência com microtransações excessivas.

• Equilíbrio entre novas IPs e franquias clássicas
• Qualidade técnica nos lançamentos de grande porte
• Transparência em monetização e economia de jogo

Considerações finais

A venda da EA por US$ 55 bilhões para o consórcio liderado pelo PIF reconfigura o tabuleiro global de games: preserva a gestão, injeta capital e amplia a ambição criativa. É um movimento que promete acelerar serviços, investir em qualidade e explorar novas fronteiras — sem, no horizonte imediato, alterar o que jogadores esperam de franquias como EA Sports FC, The Sims e Battlefield. Em um setor cada vez mais competitivo, a capacidade de executar com consistência e transparência será o diferencial que definirá se este negócio fará história não apenas pelo tamanho, mas pelos resultados entregues aos fãs.