Google Photos une busca clássica e IA para acelerar resultados
O Google retomou a liberação do Ask Photos, recurso de Google Photos busca com IA, depois de corrigir problemas de lentidão e respostas inconsistentes. A empresa combinou o algoritmo tradicional de busca por palavras-chave com a inteligência artificial Gemini, prometendo exibir fotos de “praia” ou “cachorros” em frações de segundo enquanto a IA refina respostas mais complexas, como “meu cachorro branco brincando na neve em 2022”.
Nesta matéria, traduzimos e destrinchamos o anúncio realizado em 26 de junho de 2025, explicando por que a mudança importa, quais são os requisitos para testar a novidade e como ela pode redefinir a maneira como organizamos memórias digitais.
Por que o Ask Photos decepcionou no lançamento
Lançado durante o Google I/O 2024, o Ask Photos prometia permitir buscas em linguagem natural, mas logo usuários reclamaram de latência elevada (segundos de espera) e, às vezes, resultados irrelevantes. Jamie Aspinall, gerente de produto do Google Photos, admitiu no X que o recurso ainda não entregava “latency, quality and UX” aceitáveis. O feedback forçou o Google a pausar o rollout em 4 de junho de 2025.
O maior problema era que a IA tentava entender todo o contexto antes de mostrar qualquer foto, criando uma sensação de travamento. Como referência, a busca tradicional do Google Photos – baseada em metadados como localização e data – retornava imagens quase instantaneamente.
O que muda com a fusão da busca clássica
A partir de agora, a mecânica funciona em duas camadas: primeiro, o motor clássico exibe os acertos óbvios. Em segundo plano, o Gemini processa detalhes visuais (objetos, rostos, texto embutido) e devolve insights adicionais – por exemplo, identificar o nome do seu cachorro e em que ano ele apareceu pela primeira vez na galeria.

- Velocidade mantida: buscas simples voltam a aparecer em milissegundos.
- Contexto enriquecido: a IA adiciona descrições personalizadas e cronologia.
- Controle do usuário: é possível alternar para a busca clássica pura a qualquer momento.
Como funciona a experiência de pesquisa híbrida
Ao digitar “fotos de praia em Florianópolis 2023”, o app lista imediatamente as imagens geoetiquetadas. Em seguida, a IA avalia emojis nos comentários, rostos marcados e até cores predominantes para sugerir, por exemplo, “as três viagens que você fez à mesma praia” ou criar um álbum automático. Para consultas ambíguas, como “aquele churrasco do Pedro”, o Gemini cruza datas, rostos e texto reconhecido em camisetas ou placas para entregar o resultado.
Requisitos para usar o Ask Photos
O recurso está sendo liberado de maneira gradual nos EUA. Para testar, você precisa:
- Ser maior de 18 anos.
- Definir o idioma da conta Google como inglês.
- Ativar Face Groups (agrupamento de rostos e pets).
- Ter a versão mais recente do aplicativo Google Photos para Android ou iOS.
Impacto para usuários e para o ecossistema Google
Para o consumidor, a principal vantagem é ganhar tempo sem perder o contexto enriquecido da IA. Já para o Google, a decisão mostra maturidade: em vez de substituir o sistema antigo, a empresa combina o melhor de dois mundos, reduzindo atrito e reforçando a confiança na marca após críticas recentes a falhas de privacidade em ferramentas generativas.
Analistas de mercado apontam que a estratégia aproxima o Photos do conceito de assistente de memórias, capaz de responder perguntas sobre nossa vida visual (“quando foi a última vez que vi neve?”) e pavimentar caminhos para integrações no Android, no ChromeOS e em smart displays.
Caminho futuro da busca visual com IA
A tendência é que as duas camadas se tornem mais indissociáveis. O Google estuda usar métricas de confiança para decidir quando exibir somente a resposta clássica ou quando destacar a IA. A companhia também deverá expandir o suporte a outros idiomas ainda em 2025 e, futuramente, permitir perguntas multimodais, combinando voz e texto.
Em paralelo, rivais como Apple Photos e Amazon Photos trabalham em soluções semelhantes. No curto prazo, a vantagem competitiva do Google está na escala de dados e na integração com o ecossistema Gemini, que já alimenta o Gmail, o Docs e o Android.
Pontos-chave
- Busca clássica volta a responder primeiro; IA complementa.
- Pausa no rollout serviu para corrigir latência e recall.
- Disponível inicialmente para maiores de 18 anos nos EUA.
- Necessário idioma inglês e Face Groups ativado.
- Próximos passos: suporte a outros idiomas e consultas multimodais.
O Ask Photos já está disponível em português?
Resposta direta: Ainda não. Expansão: A liberação atual ocorre apenas para contas configuradas em inglês nos EUA. O Google afirma trabalhar em suporte a mais idiomas para 2025. Validação: Informação confirmada na página de suporte do Google Photos, atualizada em 26/06/2025.
Posso desativar completamente a IA e usar só a busca clássica?
Resposta direta: Sim. Expansão: O botão “Switch to classic search” permanece disponível na interface, permitindo consultas sem intervenção do Gemini. Validação: Detalhe mostrado no post oficial do Google e em testes iniciais de usuários no Reddit.
A fusão afeta a privacidade das minhas fotos?
Resposta direta: Não, segundo o Google. Expansão: O processamento de IA ocorre nos mesmos data centers que armazenam os backups e segue a política de privacidade já aplicada ao Google Photos. Validação: Declaração de Jamie Aspinall no X e documentação de privacidade da plataforma.
Considerações finais
Ao reconciliar velocidade e inteligência, o Google Photos dá um passo importante rumo à promessa de organização automática de memórias. A adoção gradual reduz riscos e oferece um caso de estudo sobre como integrar IA generativa em produtos de massa sem comprometer a experiência já consolidada. Resta acompanhar quando o recurso chegará a mais idiomas e se a concorrência responderá à altura.