Siri com Gemini do Google? Apple negocia mudança
Apple negocia usar a Siri com Gemini do Google em 2026, avaliando versões interna e de terceiros para acelerar recursos de IA e corrigir falhas. Segundo a Bloomberg (22/08/2025), a companhia discute um modelo customizado do Gemini para rodar em servidores próprios, enquanto mantém em avaliação alternativas com a Anthropic (Claude) e a OpenAI (ChatGPT).
A estratégia busca recuperar terreno em IA generativa e destravar funções do Apple Intelligence prometidas e adiadas. A decisão final não está tomada, e há dois caminhos em análise: “Linwood”, baseado em modelos internos, e “Glenwood”, apoiado em tecnologia externa. A possível parceria, se avançar, poderá impactar privacidade, arquitetura técnica e a relação Apple–Google, já observada por reguladores por conta do acordo do buscador no Safari.
Tabela de conteúdos
O que está em negociação da Siri com Gemini do Google
De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, a Apple se aproximou do Google para avaliar um modelo Gemini customizado, adaptado às diretrizes de privacidade e segurança do ecossistema da maçã. A proposta de Siri com Gemini do Google em discussão prevê execução em servidores privados da Apple — e não diretamente nos iPhones — aproveitando a infraestrutura que a empresa já opera para serviços sensíveis. Em paralelo, o time de IA avalia o Claude (Anthropic) e o ChatGPT (OpenAI) como motores alternativos para tarefas de linguagem natural e agentes de execução.
A reformulação da assistente teria duas trilhas: Linwood (modelos internos, sob controle total da Apple) e Glenwood (tecnologia de terceiros). A opção vencedora determinará o equilíbrio entre desempenho, custo operacional, tempo de entrega e nível de proteção de dados. O lançamento mais provável, caso o projeto avance, seria ao longo de 2026.
- Modelo externo: acelera capacidades e time-to-market, com trade-offs de dependência.
- Modelo interno: maior controle e integração profunda, mas com risco de atrasos.
- Arquitetura híbrida: on-device para tarefas simples; servidor para solicitações complexas.
Por que a Apple cogita tecnologia de terceiros
Executivos envolvidos — como Craig Federighi (software) e Mike Rockwell (Vision Pro) — veem numa parceria a chance de corrigir limitações históricas da Siri e cumprir metas do Apple Intelligence com mais rapidez. A atualização de IA, prevista anteriormente, teria sido adiada por falhas de engenharia e gargalos de escalabilidade. Em segmentos como compreensão de linguagem natural, multimodalidade (texto, voz e imagem) e planejamento de tarefas, o Google Gemini desponta como atalho para encurtar a curva de desenvolvimento.
Segundo pessoas com conhecimento do assunto, a Apple explora usar o Google Gemini para turbinar a Siri, enquanto compara desempenho e custos com alternativas da Anthropic e OpenAI.
Bloomberg, 22 de agosto de 2025
Privacidade e arquitetura técnica: o que muda
Privacidade é o fator determinante. A Apple tradicionalmente prioriza execução on-device quando possível. Com modelos de grande porte, no entanto, a companhia tende a usar uma arquitetura híbrida: tarefas simples e contextuais rodam no aparelho; pedidos complexos seguem para servidores privados, com caching mínimo, criptografia ponta a ponta e data minimization. Em um cenário com Gemini, o código e os pesos do modelo seriam isolados em ambientes controlados pela Apple, com registros auditáveis e políticas de retenção estritas.
- On-device: latência baixa, privacidade local, ideal para comandos rápidos.
- Servidor privado: maior capacidade de raciocínio e multimodalidade, com camadas extras de segurança.
- Controles do usuário: transparência, exclusão de dados e opt-in para recursos que exigem nuvem.
Relação Apple–Google e riscos regulatórios
Apple e Google mantêm um acordo multibilionário para manter o Google como buscador padrão do Safari. Esse relacionamento é alvo de escrutínio do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) por questões antitruste. Um deal adicional envolvendo IA para a Siri poderia complexificar a avaliação regulatória, exigindo remédios comportamentais ou transparência extra sobre fair dealing, interoperabilidade e liberdade de escolha do usuário.
Cenário | Tecnologia | Onde roda | Risco principal |
Linwood (interno) | Modelos próprios | On-device + nuvem Apple | Atraso e custo de P&D |
Glenwood (terceiros) | Gemini/Claude/ChatGPT | Servidores privados Apple | Dependência e antitruste |
Híbrido | Misto interno + externo | Edge + nuvem privada | Complexidade de gestão |
O que muda para o usuário
Para quem usa iPhone, iPad ou Mac, uma Siri com Gemini do Google pode trazer melhor compreensão de comandos longos, maior contexto em conversas, respostas multimodais (texto, imagem, voz) e agentes de ação capazes de executar passos em apps com menos fricção. A integração com o Apple Intelligence tende a habilitar resumos de e-mails, reescrita de textos, formatação de documentos e automação de rotinas no sistema. Em regiões onde a infraestrutura de nuvem estiver mais próxima, a latência deve cair, favorecendo interações mais naturais.
- Compreensão melhor de linguagem natural e contexto
- Execução de tarefas em múltiplos apps com um único comando
- Respostas multimodais e resumos contextuais
- Redução de erros e pedidos de repetição
- Controles de privacidade com explicações claras
Time de IA em transição
O esforço interno da Apple passa por mudanças. Reporta-se a saída do arquiteto-chefe Ruoming Pang rumo à Meta, em meio a maior competição por talentos de IA. Mesmo assim, a empresa tem triplicado investimentos em infraestrutura e capacitação de times de machine learning para foundation models e agentes. A combinação de parceria externa com reforço interno pode mitigar riscos e acelerar a entrega.

Mercado reage e próximos passos
A simples possibilidade de integração da Siri com Gemini do Google movimentou o mercado, com investidores antecipando ganhos de produtividade e de qualidade na Siri. Como de praxe, a Apple não comenta rumores, e as negociações podem evoluir, mudar de escopo ou ser abandonadas. Até lá, espera-se que a companhia detalhe mais camadas do Apple Intelligence nos próximos eventos, além de pilotar recursos com grupos limitados antes de uma liberação ampla.
Transparência editorial: este texto se baseia em reportagem da Bloomberg publicada em 22 de agosto de 2025 e em informações públicas sobre Apple Intelligence, Google Gemini, Anthropic Claude e OpenAI ChatGPT. Rumores e negociações podem sofrer alterações.
A Apple vai usar mesmo o Gemini na Siri?
Resposta direta: ainda não há decisão final. | Expansão: a Apple avalia um modelo Gemini customizado, além de alternativas com Claude e ChatGPT, e pode lançar uma nova Siri em 2026 caso a negociação avance. | Validação: informação reportada pela Bloomberg em 22/08/2025.
Como fica a privacidade dos usuários?
Resposta direta: arquitetura híbrida e servidores privados. | Expansão: tarefas simples devem rodar no aparelho; solicitações complexas seriam processadas em servidores privados da Apple com criptografia e políticas de retenção mínimas. | Validação: abordagem citada por fontes e alinhada a diretrizes da Apple.
O que muda na prática para quem usa iPhone?
Resposta direta: Siri mais capaz e contextual. | Expansão: melhor compreensão de linguagem natural, respostas multimodais, agentes que executam passos em apps e integração com Apple Intelligence para resumos e reescritas. | Validação: projeção com base no escopo discutido com fornecedores de IA.
Quando a nova Siri pode chegar?
Resposta direta: projeção para 2026. | Expansão: o cronograma depende da estratégia vencedora (modelos internos vs. terceiros) e dos testes de estabilidade, privacidade e custo. | Validação: estimativa mencionada por fontes na reportagem da Bloomberg.
Há risco regulatório em parceria com o Google?
Resposta direta: sim, há escrutínio antitruste. | Expansão: o acordo do Google no Safari já é analisado pelo DOJ; envolver IA para a Siri pode exigir salvaguardas e transparência adicionais. | Validação: contexto público de investigações antitruste nos EUA.
Considerações finais sobre Siri com Gemini do Google
A possível chegada de uma Siri com Gemini do Google sintetiza a virada de chave da Apple na IA generativa: menos purismo tecnológico e mais pragmatismo estratégico. Se a parceria prosperar, o usuário tende a ganhar em utilidade e fluidez, sem abrir mão dos pilares de privacidade — desde que a execução em servidores privados mantenha o padrão de segurança esperado. Caso a empresa opte por seguir apenas com modelos internos, o caminho será mais longo, porém com integração ainda mais profunda ao ecossistema. Em ambos os casos, 2026 desponta como o ano da maior reformulação da Siri desde sua estreia.