
A independência do Fed sob ameaça? Ataques de Donald Trump a Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e um caso na Suprema Corte EUA questionam a autonomia do banco central americano. As críticas de Trump à política monetária EUA e à taxa de juros Fed intensificam a instabilidade econômica, gerando apreensão nos mercados financeiros sobre o futuro da independência do Fed.

Quais são as ameaças diretas à independência do Fed?
O ex-presidente [Donald Trump](https://noticias.uol.com.br/internacional/donald-trump/) intensificou críticas a Jerome Powell, sugerindo ter poder para efetuar a demissão do presidente do [Federal Reserve](https://www.federalreserve.gov/). “Se eu quiser tirá-lo, ele sairá bem rápido”, declarou Trump, insatisfeito com a condução da taxa de juros Fed. Essa pressão política explícita sobre o banco central americano representa uma fonte primária de preocupação para a manutenção da independência do Fed.
Adicionalmente, a Suprema Corte EUA analisa um caso que pode, indiretamente, facilitar a remoção de Powell. Segundo a agência Reuters, o conselheiro econômico Kevin Hassett afirmou que a Casa Branca continuaria a “estudar o assunto” da demissão. Essa convergência de pressão política e potencial reinterpretação legal coloca a tradicional independência do Fed em uma posição vulnerável, afetando a previsibilidade da política monetária EUA.
Por que a autonomia do banco central americano é crucial?
Economistas defendem vigorosamente a independência do Fed para garantir decisões técnicas livres de ciclos eleitorais, permitindo medidas impopulares, como elevar a taxa de juros Fed para conter a [inflação](https://economia.uol.com.br/guia-de-economia/inflacao/). O histórico comprova a importância dessa autonomia: a alegada pressão de Nixon sobre Arthur Burns nos anos 70 é associada à aceleração da inflação EUA, enquanto a firmeza de Paul Volcker, nomeado por Carter, ao elevar juros drasticamente, restaurou a estabilidade de preços nos anos 80, apesar do custo econômico inicial.
“Se eu quiser tirá-lo, ele sairá bem rápido, acredite em mim. Não estou satisfeito com ele.”
Donald Trump, ex-Presidente dos EUA, sobre Jerome Powell (17/04/2025)
- Presidente do Fed (Jerome Powell) nomeado por Trump em 2017, reconduzido por Biden.
- Fed opera sob duplo mandato: estabilidade de preços e máximo emprego (definido pelo Congresso em 1977).
- Lei permite demissão do presidente do Fed apenas por “justa causa”, mas há debate legal sobre a aplicação a Powell como *presidente* vs. *membro do conselho*.
Qual o impacto potencial no mercado e na estabilidade econômica?
Uma tentativa de minar a independência do Fed quase certamente desestabilizaria os [mercados financeiros](https://economia.uol.com.br/cotacoes/bolsas/), segundo analistas. Ações poderiam cair e rendimentos de títulos públicos subir, encarecendo custos de empréstimos para hipotecas, automóveis e cartões de crédito. Investidores valorizam a previsibilidade e o controle inflacionário de um Fed autônomo; a interferência política aumentaria a incerteza sobre a política monetária EUA e a estabilidade econômica geral.
Legalmente, a demissão de Powell como presidente é controversa, embora sua posição no conselho de governadores pareça mais segura. Uma disputa provavelmente acabaria na Suprema Corte EUA. No longo prazo, presidentes influenciam o Fed via nomeações Fed. Contudo, com cinco dos sete membros atuais nomeados por [Joe Biden](https://noticias.uol.com.br/internacional/joe-biden/) (Powell, Cook, Jefferson, Kugler, Barr), as oportunidades imediatas de Trump para remodelar o conselho são limitadas, exceto pela vaga de Kugler que termina em janeiro de 2026.
Principais pontos
- Ataques verbais de Donald Trump e análise da Suprema Corte EUA ameaçam a independência do Fed.
- Autonomia do banco central americano é vista como pilar para estabilidade econômica e controle da inflação EUA.
- Interferência política na política monetária EUA arrisca volatilidade nos mercados financeiros e aumento dos custos de crédito.
Conclusão
A tensão entre Donald Trump e o Federal Reserve sobre a independência da instituição representa um ponto crítico para a economia dos EUA e a percepção global da política monetária americana. A potencial politização das decisões sobre a taxa de juros Fed levanta preocupações significativas sobre a estabilidade de preços e a confiança dos mercados financeiros. A evolução do caso na Suprema Corte e as futuras nomeações Fed serão cruciais para definir o futuro da autonomia do banco central americano. (*Com informações de O Estado de S. Paulo e agências internacionais*).
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